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Harmonização íntima viraliza, mas médicos alertam: 'Risco de perder o pênis'

Médicos alertam para os perigos da estética íntima sem orientação especializada.

  • Foto do(a) author(a) Ana Beatriz Sousa
  • Ana Beatriz Sousa

Publicado em 1 de junho de 2025 às 08:00

De 2012 a novembro de 2022, foram registrados 21,766 mil casos de câncer de pênis no Brasil
Harmonização íntima viraliza, mas médicos alertam: 'Risco de perder o pênis' Crédito: Shutterstock

Um caso extremo divulgado pela BBC News Brasil chamou atenção para os riscos da chamada harmonização peniana. A busca por procedimentos estéticos íntimos levou Jorge (nome fictício) a uma situação extrema: ele quase perdeu o pênis após três aplicações de PMMA, uma substância acrílica usada para preenchimentos permanentes. A história dele escancara os riscos da chamada "harmonização peniana", tendência que tem ganhado força entre os homens brasileiros, mas que carrega perigos sérios à saúde.

Jorge começou a fazer preenchimentos em 2005, seduzido por anúncios em jornais e revistas que prometiam aumento peniano. Sem saber se o profissional era médico, ele fez a primeira aplicação em São Paulo. Após gostar do resultado inicial, voltou a repetir o procedimento duas vezes nos anos seguintes, a última delas com dois médicos, sendo um deles quem sugeriu aplicar o produto também na bolsa escrotal.

Dois anos depois da terceira intervenção, Jorge começou a sofrer com inflamações severas e feridas na região genital. “Era como se o meu corpo quisesse expulsar o PMMA”, relatou. O problema se agravou tanto que ele precisou passar por duas cirurgias para remover o material e reconstruir parte do pênis.

O caso foi acompanhado pelo urologista Ubirajara Barroso Jr., da Universidade Federal da Bahia. Segundo ele, casos como esse têm se tornado cada vez mais comuns com a popularização da harmonização peniana nas redes sociais.

  • Mas, afinal, o que é esse tipo de procedimento?

O termo "harmonização peniana" reúne diversas técnicas que prometem engrossar ou alongar o pênis. Os métodos vão desde cirurgias que soltam ligamentos e retiram gordura púbica até aplicações de ácido hialurônico, que aumentam o tamanho do órgão de forma temporária e com menos riscos.

Porém, a busca desenfreada por resultados rápidos e a falta de acompanhamento médico têm colocado muitos homens em risco. O PMMA, por exemplo, é definitivo e não deve ser usado em regiões como o pênis, alertam especialistas. "Já atendi pacientes que perderam o órgão por completo por conta de procedimentos mal feitos", conta Barroso Jr.

Outro ponto importante é o impacto psicológico. Muitos homens recorrem à estética íntima por insatisfação com o próprio corpo e, em alguns casos, podem sofrer de dismorfia corporal, transtorno que afeta a percepção da própria aparência. Nestes casos, o mais indicado é buscar apoio psicológico antes de qualquer intervenção.

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, o comprimento médio do pênis em ereção varia entre 13 e 14 cm. Procedimentos como preenchimentos com ácido hialurônico podem proporcionar aumentos discretos na circunferência, mas não aumentam o comprimento real do pênis.

A orientação unânime dos médicos é clara: qualquer intervenção deve ser feita por profissionais especializados e com total consciência dos riscos envolvidos.