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São mais de 100 imagens produzidas entre as décadas de 1930 e 1950
Da Redação
Publicado em 20 de janeiro de 2018 às 15:44
- Atualizado há um ano
O antropólogo e fotógrafo Pierre Verger (1902-1996), francês naturalizado brasileiro, viveu em Salvador nos últimos 50 anos de vida. Antes disso, porém, ele rodou o mundo, com uma câmera na mão, registrando com seu olhar antropológico temas pouco comuns. Uma parte desse ponto de vista característico de Verger está na mostra Dorminhocos, que a Caixa Cultural Rio inaugura neste sábado (20).
São 145 imagens, quase todas inéditas, produzidas entre as décadas de 1930 e 1950, em vários países, como Argentina, Peru, Congo, China, Polinésia Francesa, Guatemala e México, que retratam o modo como as pessoas descansavam em lugares públicos.
No Brasil, Verger fotografou os dorminhocos na Bahia, em Pernambuco e no Maranhão. As fotos reunidas na exposição fazem parte do acervo da Fundação Pierre Verger, em Salvador.
Geralmente banhados pela luz solar, são imagens de trabalhadores anônimos e fatigados pela recente rotina modernizadora estabelecida pelos processos de expansão industrial e urbana, segundo os organizadores.
"Verger deu o título em francês para algumas fotos de dormeur que em português seria dorminhoco. Resolvemos chamar a exposição com o próprio nome que o Verger batizou as fotos”, disse o curador Raphael Fonseca.
“É interessante perceber que há um lugar para o ócio, para o tempo morto, que a gente perdeu de certa maneira.” Para os organizadores, Dorminhocos é uma oportunidade para o público conhecer outro aspecto da obra de Verger, conhecido por suas pesquisas sobre as religiões afro-brasileiras.