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Da Redação
Publicado em 5 de agosto de 2018 às 13:19
- Atualizado há 2 anos
A transformação vem com dor, com desconforto, com incompreensão, mas vem! Pra mim, o ponto alto do show de Jorge Ben Jor ontem (4/08, na Concha Acústica de Salvador) foi a treta (é assim que a gente costuma classificar esses acontecimentos) envolvendo as mulheres pretas que não foram convidadas (ou foram barradas mesmo? Não sei, estava longe) para o palco em uma das últimas músicas do show.>
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Jorge chamou nove meninas e todas que subiram ao palco eram brancas, com cabelos claros, lisos, mesmo que cacheados. Juro que assim que vi todas elas no palco perguntei: Sim, não tem nenhuma preta? Mas quem gritou o óbvio foi uma negona maravilhosa, com seu black power poderoso, que inconformada, parou o show e fez Jorge dizer que nunca aquilo tinha acontecido em um show. Bahia, né, mores? (Foto: Reprodução/Marília Moreira) É aqui que a revolução preta do Brasil começa. Depois daí foi que um bocado de mulher diversa e "gostosa" subiu ao palco deixando a festa realmente bonita. E ainda teve uma jovem preta maravilhosa, que, toda dona de si, ainda sentou ao lado de Jorge no teclado e botou pra lá.>
Somos gostosas e talentosas! Duas horas e meia de um show com a energia lá em cima, de zero enrolação e com um encerramento histórico desse! Salve, Jorge!>
Marília Moreira é jornalista e repórter do CORREIO.>
Texto originalmente publicado no Facebook e reproduzido com autorização da autora.>