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Quem é de Axé bem sabe que a morte não é o fim

Senta que lá vem...

  • D
  • Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2018 às 21:23

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Quem é de Axé bem sabe que a morte não é o fim, como muitas culturas e religiosidades admitem. Para o povo de Orixá, a morte é o começo de um novo ciclo pra guem fica, o aprendizado com a convivência cotidiana com a ausência, com as saudades, com as lembranças de quem partiu. No terreiro, aprendemos que o que morre é apenas o corpo físico, que volta para a terra para aduba-la e renovar a vida: da natureza vimos, para ela retornamos. Aprendemos, com as nossas mais velhas que o espírito, o Egum, é imortal e que ele inicia uma nova jornada de volta ao Orum. Ikú é um orixá, é o único que passa, mais cedo ou mais tarde, por todos os oris humanos. MLamentamos muito quando Ikú toma para si a cabeça de alguém do nosso convívio, alguém que amamos, alguém que admiramos. Mas, sabemos que tudo é no tempo do Tempo, nenhuma folha cai da árvore se não for da vontade de Olorum.

Hoje, aos 27 dias de dezembro, do tão conturbado 2018, recebemos a notícia de que Odé Kayodê entregou a Ikú, o Orí iluminado de Mãe Stella, Orí que esteve sob o seu comando por generosos 93 anos. O espírito da matriarca do Ilê Axé Opô Afonjá inicia seu retorno ao Orum, deixando um legado imensurável para a religiosidade afro-brasileira, para a luta incessante de combate ao racismo e a intolerância religiosa, para o fortalecimento da negritude, para a cultura baiana, para a educação, para a literatura, para tantas outros campos do conhecimento humano, da sabedoria dos sobreviventes herdeiros de África.

Hoje é dia de lamentarmos a partida de Mãe Stella, mas também é dia de agradecermos aos Orixás, a Olorum, a Odé Kayodê, a Xangô Afonjá pelas mais de nove décadas que tivemos o privilégio de tê-la entre nós e os nossos, pelo quase meio século de comando da família Afonjá, pelos seus ensinamentos, pela sua coragem. Ela que tanto cuidou para que cuidássemos dos nossos ancestrais, agora faz parte da nossa ancestralidade.

Mãe Stella de Oxóssi, Mojubá Ô! Kasun Rè Ô! Olorum Kosi Purê!

Texto originalmente publicado no Facebook e replicado com autorização do autor