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Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2023 às 05:00
O consumo em bares e restaurantes de Salvador nesse começo do Verão 2022/2023 chegou a 90% do total registrado no mesmo período de 2019/2020, antes da pandemia. Os dados são do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Salvador e Litoral Norte (SHRBS). A expectativa dos empresários do setor é que a movimentação em dezembro supere em até 50% os números registrados na era pré-covid.>
Presidente da Federação Baiana de Turismo e Hospitalidade (FETUR) e do SHRBS, Silvio Pessoa explica que a taxa ainda não alcançou o cenário anterior a 2020 por conta dos altos preços das passagens aéreas, que afeta a vinda de turistas de estados mais distantes. Ainda assim, a Bahia vêm recebendo muitos visitantes dos estados vizinhos, como Minas Gerais e Sergipe, assim como do interior do estado. “Esperamos pelo menos chegar aos mesmos níveis de 2019/2020. O movimento já está bem razoável, mas ainda não atingiu o pico máximo. Desde novembro temos uma crescente”, diz.Responsável pelo Cien Fuegos, André Garin calcula crescimento em 100% do atendimento quando comparado à pandemia e de 50% em relação ao último Verão antes da chegada do Sars-CoV-2. O estabelecimento tem capacidade para até 600 pessoas e, segundo o empresário, na pandemia o alcance era de, no máximo, 350 clientes. Agora, essa média já aumentou para 500 clientes. >
Visando a alta temporada, Garin fez adaptações no restaurante de comida mexicana e no Le Vin, restobar [estabelecimento que é ao mesmo tempo bar e restaurante focado em experiências gastronômicas mais sofisticadas] na Pituba e no Hotel Mercure. Os três negócios tinham cerca de 70 funcionários. Ainda em outubro do ano passado, o empresário contratou mais 20 e, em dezembro completou a equipe total de 110 profissionais fixos. As estruturas também foram reformadas em outubro. O famoso terraço e espaço ao ar livre do Cien Fuegos recebeu ainda nova decoração e iluminação. “Estou agora com a sensação de conseguir respirar sem ter dor de cabeça [com medo] do que iria acontecer. [A pandemia] foi o pior momento da minha vida para os negócios. Estou com expectativa de que agora consiga melhores resultados”, afirma Garin. Conforme dados do SHRBS, na alta estação o quadro de colaboradores dos estabelecimentos gastronômicos cresce de 20% a 30%. Ocorre, ainda, a ampliação dos horários de funcionamento para atender a alta demanda. >
Retomada Silvio Pessoa relembra que cerca de 20% dos bares e restaurantes da capital fecharam ou trocaram de dono na pandemia. Contudo, após os cinco meses de chuva do Outono/Inverno, que comprometem o turismo, e com a retomada das atividades sociais, os empresários têm voltado a investir na área gastronômica. Gerente do Parador Z1, boteco no Rio Vermelho, Lucas Pessoa abriu um bar balada, o D1, no mesmo bairro, ainda em novembro passado. Na época, mirava na Copa e agora, no Verão.>
A expectativa dele é ter crescimento de 20% no faturamento em relação a 2019. Por isso, Pessoa aumentou o número de funcionários em 30%. Enquanto na baixa temporada a casa era composta por 17 funcionários, no final de 2022 a equipe chegou a 25 para atender ao aumento do fluxo de clientes.>
Turismo São mais de 15 mil bares e restaurantes em Salvador. Aliado ao turismo, que representa 6% do Produto Interno Bruto (PIB) da cidade - conforme cálculo da Secretaria Municipal da Fazenda -, o setor tornou-se um dos grandes empregadores do município, diz Silvio Pessoa. >
O presidente da Saltur, Isaac Edington, salienta que o núcleo de eventos movimenta mais de 50 setores da cadeia produtiva do Brasil e ações como os Festivais de Primavera e a Maratona Salvador iniciaram a recuperação econômica no pré-Verão. “Tudo indica que teremos o melhor verão da história da cidade”.>
A Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) informou que, no cenário conservador, a estimativa é de receber 3,2 milhões de turistas, com taxa média de ocupação hoteleira de 67,23% e receita turística de R$ 4,9 bilhões. No cenário otimista, a expectativa é de 3,4 milhões de turistas, com ocupação hoteleira de 70,43% e receita turística de R$ 5,1 bilhões. >