Bahia, futebol e política

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  • Eduardo Rocha

Publicado em 2 de outubro de 2017 às 17:16

- Atualizado há um ano

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Meu caro amigo, me perdoe, por favor, se eu não lhe faço uma visita. Mas sabe como é, em ano eleitoral melhor mesmo é conseguir um portador e mandar notícias assim, à tinta. Soube que aí na terra andam jogando para além do futebol, mas é com a bola nos pés que se faz política de arquibancada e é de lá que saem os votos do projeto de futuro.

É o ônus da democracia: ter o trabalho colocado à prova e ser julgado não apenas pelos acertos, mas essencialmente pelos erros. Os de campo, você sabe bem, terão reflexo em dezembro, na tabela e nas urnas.

A verdade é que jogamos todos um jogo só, arquibancada, campo e política, entrelaçados ao menos até dezembro. Situação, oposição, torcedor, sócios, conselheiros e imprensa disputam um punhado de poder, ainda que simplesmente o de influenciar. Cada ato, gesto, coro, análise ou comentário carrega por trás de si um batalhão de interesses.

Meu caro amigo, eu bem queria lhe escrever, mas o CORREIO andou arisco. Se permite, neste momento de acirramento do jogo político, bola na rede vale mais do que o que se faz ou o que se diz. A dois meses do fim do Brasileiro, gestão eficiente é gol de Rodrigão aos 52 minutos do 2º tempo. A um ponto do rebaixamento, profissionalismo mesmo seria garantir a vitória diante do Coritiba, na Fonte Nova.

Vai soar repetitivo, mas reorientar o foco e corrigir o rumo são as únicas formas de blindar o clube das críticas, justas ou não, que tendem a se multiplicar no decorrer dos próximos meses. Minimizar o sofrimento e antecipar a permanência na Série A são boas maneiras de realçar conquistas como a da gestão responsável ou a posse definitiva da Cidade Tricolor.

Aqui de longe, fico com o Bahia do início do Brasileirão. O time que por vezes jogou melhor e perdeu. Por um motivo simples: num campeonato tão longo, é impossível atuar bem e sair derrotado sempre - assim como me parece improvável jogar mal e vencer com frequência.

Admito o complicador da distância, mas sinto falta da postura mais agressiva do trio Régis, Zé Rafael e Edigar Junio, bem como da batuta de Guto Ferreira. De uma equipe mais preocupada em jogar do que em anular o adversário. Um pouco de ambição e coragem podem afastar definitivamente o time do rastro da Série B e mantê-lo na trilha da Sul-Americana.

É ano eleitoral, meu caro, e você já deve ter percebido que a política torna tudo um pouco mais complicado. Mas a despeito de tudo, a questão de fundo parece ter invariavelmente a mesma resposta: o que acontece ano após ano com o Bahia? Absolutamente nada. Apesar da notória evolução fora de campo, dentro dele o clube vive a mais completa normalidade.

Eduardo Rocha é jornalista.