Decisão sobre júri no caso Colombiano é anulada

Processo volta para a primeira instância

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  • Raquel Saraiva

Publicado em 5 de dezembro de 2017 às 21:30

- Atualizado há um ano

Em decisão unânime, três desembargadores do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) decidiram ontem pela anulação da sentença de primeiro grau sobre a morte do sindicalista Paulo Colombiano e da mulher dele, Catarina Galindo. Com isso, o processo volta para a primeira instância, para que seja analisado novamente pelo juiz.

“Isso significa que aquela decisão dada em 2014, que mandava quatro dos cinco réus para o plenário, foi considerada ilegal pelo TJ”, explicou o advogado de defesa, Gamil Föppel. Ele alegou que houve “excesso de linguagem” pelo juiz que analisou o caso. Outros seis recursos julgados ontem foram rejeitados pelos desembargadores Pedro Augusto Costa Guerra, o relator; Rita de Cássia Machado Magalhães Filgueiras Nunes; e Abelardo Paulo da Matta.

Em entrevista à TV Bahia, o irmão de Catarina, Geraldo Galindo, disse que a decisão de ontem foi “um enorme retrocesso”. “Nós estávamos com a expectativa positiva de que hoje os criminosos iriam ser submetidos a júri popular e aí é como começar tudo novamente”, desabafou.

O julgamento dos recursos estava marcado para o dia 21 de novembro, mas foi adiado para esta terça-feira (5). “Vamos analisar a publicação do julgamento e analisar a existência de recursos para outros tribunais, porque essa decisão não nos satisfaz. Os réus que eu defendo são inocentes. Vamos recorrer visando a absolvição”, diz Gamil Föppel. Os acusados não estiveram presentes.

Entenda o caso Paulo Colombiano era tesoureiro do Sindicato dos Rodoviários e foi morto após uma investigação sobre irregularidades no pagamento do plano de saúde do sindicato, o MasterMed, empresa do PM aposentado Claudomiro Cesar Ferreira Santana e do médico Cássio Antônio Ferreira, ambos acusados pelo crime. Paulo e Catarina foram mortos em 2010. O casal chegava em casa, em Brotas, quando foi surpreendido por dois homens em uma moto. Colombiano foi alvejado sete vezes, e Catarina foi atingida com um tiro. Outros dois homens também são acusados pelos homicídios. Todos respondem em liberdade.