Flica reúne três autores internacionais em sua sétima edição

Também marcarão presença no evento a moçambicana Paulina Chiziane e o cubano Carlos Moore

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  • Da Redação

Publicado em 4 de outubro de 2017 às 06:37

- Atualizado há um ano

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Sediada em Cachoeira, a histórica cidade que fica a 120 quilômetros de Salvador, a Flica conta, nesta sétima edição, com três autores internacionais em sua programação. Além da nigeriana Minna Salami, também marcarão presença no evento a moçambicana Paulina Chizane e o cubano Carlos Moore. É Moore, inclusive, um dos participantes da mesa de abertura do evento, amanhã, às 15h. Ao lado do escritor paulista Cuti, ele discutirá o tema Os Reflexos do Passado Ancestral em Nossa Pele, em um diálogo mediado pelo também escritor e ex-secretário de Cultura do Estado da Bahia Jorge Portugal.  Nascido em Cuba, Moore, 70 anos, falará da sua experiência como cidadão exilado, já que aos 16 anos precisou deixar o país pela primeira vez por conta de uma guerra  civil para viver em Trinidad e Tobago com os pais. Com a ascensão de Fidel, os Moore voltaram para Cuba e o jovem Carlos, aos 18, retornava à sua pátria acreditando que encontraria um cenário mais otimista do que deixara. Mas, decepcionado com a exclusão social e política de que a população negra era vítima, Moore, manifestou-se contra Fidel por questões raciais. Foi duramente reprimido pelo regime, preso e acabou deixando Cuba definitivamente aos 21 anos. Pela primeira vez na Bahia, a escritora Paulina Chiziane participa da mesa A Máxima Potência que Habita as Palavras, que acontece no sábado (7), às 20h, e ainda conta com a presença da atriz e poeta Elisa Lucinda, com mediação da poeta Lívia Natália.  Uma das escritoras africanas de maior projeção na atualidade, Chiziane é também a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique.  A presença de autores do continente africano é algo recorrente na história do evento. Segundo o escritor e jornalista Tom Correia, que pelo primeiro ano assume a curadoria da Flica, depois de ir como espectador, mediador e também autor convidado, a Flica tem interesse nesse diálogo e aproximação. “É um continente onde temos raízes culturais profundas. A literatura africana fala também do que somos hoje, da nossa identidade original, então nada mais natural do que buscar sempre conhecer as autoras e autores africanos que estão publicando trabalhos interessantes e ainda pouco divulgados no Brasil”, comenta. Nos anos anteriores, marcaram presença na Flica os angolanos José Eduardo Agualusa e Pepetela, os nigerianos Uzodinma Iweala e Helon Habila, as norte-americanas Sylvia Day e Kiera Cass e o escritor espanhil Javier Moro. Ao todo, são quatro dias de evento, que se encerra no domingo, e a programação é inteiramente gratuita.