Motorista que matou ex-namorada no Uruguai disse à polícia que ouvia vozes

O motorista José Carlos Júnior, 35, autor da morte da ex-namorada Luana Hungria, alegou que estava ouvindo vozes que diziam que sua ex-namorada o traía há pelo menos dois meses

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  • Da Redação

Publicado em 17 de julho de 2017 às 19:34

- Atualizado há um ano

José Carlos planejou o crime e perseguiu a ex-namorada (Foto: Divulgação/Polícia Civil)O motorista José Carlos Lopes Júnior, 35 anos, responsável pela morte da ex-namorada Luana Fernandes Hungria, no dia 11 de julho, no bairro do Uruguai, preso após se apresentar no Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) na manhã desta segunda-feira (17), alegou que estava ouvindo vozes que diziam que sua ex-namorada o traía há pelo menos dois meses. No departamento, ele confessou o crime e deu detalhes de como o planejou.

Em depoimento, Júnior contou que nos dias que antecederam o crime, ele esperou Luana sair do trabalho, que ficava na região dos Mares, por volta das 11h30, e a seguiu até o Uruguai, onde ela residia. Para o motorista, o relacionamento não havia acabado e ele estava apenas tentando conversar com ela, depois de uma briga no final de semana.No dia do crime ele fez o mesmo roteiro, mas dessa vez o ex-namorado havia pedido uma moto e uma arma emprestados a um amigo que, segundo ele, pratica ações delituosas. Depois de matar Luana, ele disse que teria devolvido tudo ao amigo. Júnior se recusou a identificar o amigo.

Para a delegada Pilly Dantas, titular da 3ª Delegacia de Homicídios (3ªDH/BTS), a revelação dele de que estava ouvindo vozes é surpreendente, já que não havia nada em seu comportamento que demonstrasse qualquer insanidade mental.

José Carlos estava foragido desde o dia 12, quando a Polícia Civil solicitou sua prisão. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), ele será encaminhado para o Complexo Prisional da Mata Escura. Quando chegou ao DHPP, por volta das 12h30, José Carlos foi abordado por um dos parentes de Luana, que questionou o por quê do crime. No entanto, ele se manteve cabisbaixo e calado. Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, o motorista começou a ser ouvido assim que chegou. Luana foi morta com três tiros quando tentava pedir socorro (Foto: Reprodução)No dia em que foi morta, Luana foi perseguida e chegou a parar na casa de um primo de Júnior para pedir ajuda, mas o motorista a alcançou e atirou três vezes contra ela, que foi atingida no tórax e na boca. Uma amiga de Luana também foi baleada na mão, mas de acordo com a polícia, passa bem.

Segundo parentes, eles se conheceram ainda criança, cresceram na mesma rua e começaram a namorar havia cerca de cinco meses. Cinco dias antes do crime, Luana pôs fim à relação. A recepcionista terminou o relacionamento por medo do comportamento ciumento do namorado. Ela deixou uma filha de dois anos, fruto de outro relacionamento.

Quase um mês antes da morte de Luana, Júnior se declarava para a jovem nas redes sociais. No dia 13 de junho, um dia após o Dia dos Namorados, a recepcionista postou uma foto do casal: "Para nós todo o amor do mundo". José Carlos foi um dos que comentaram: "Muito obrigado por você me fazer feliz e me proporcionar esse momento mágico... I love you"Casal postou foto com declarações de amor um mês antes do crime (Foto: Reprodução/Facebook)