O declínio do ocidente

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  • Armando Avena

Publicado em 1 de setembro de 2017 às 04:00

- Atualizado há um ano

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“Os franceses fecham alguns loucos numa casa, para persuadir que os que ficam fora não o são”. Montesquieu tinha razão e o mesmo vale para os filósofos franceses que gostam de seduzir os pobres mortais com suas ideias extravagantes. Agora mesmo, Michael Onfray,  a estrela filosófica da Paris pós ataques do Estado Islâmico, vem a público afirmar que a civilização ocidental está em decadência e perto do fim. Até aí nada de mais, afinal, o fim da civilização ocidental já foi vaticinada por muitos filósofos e outros tantos profetas, mas, em seu último livro, Décadence, que ainda não foi publicado no Brasil e já vendeu 120 mil exemplares na Franca , o filósofo afirma algo surpreendente: a civilização judaico-cristã, sob a qual se funda a civilização ocidental, será substituída na Europa pelo Islã.

A tese de Onfray é interessante, mas tem um ar de loucura. Segundo ele, toda civilização se funda numa religião e tem um ciclo de crescimento, expansão, apogeu, declínio e morte. O filósofo francês diz que sem religião não há civilização, pois os homens precisam acreditar na transcendência, na vida após a morte, para se envolveram em projeto de tal envergadura. E diz que o ser humano não se mobilizaria a construir uma civilização se tivesse certeza que após a morte o que o espera é apenas o vazio e a decomposição. Onfray afirma que os deuses dos egípcios, dos gregos e dos romanos ou mesmo do México pré-colombiano foram os responsáveis pelas civilizações que eles criaram e todas declinaram à medida que o povo descria delas ou a crença dominante era superada por outras religiões. E é nesse ponto que Onfray baseia sua tese do declínio do Ocidente, afirmando que a sociedade ocidental, apoiada por uma ciência que sempre desvendou o mundo à revelia da Igreja, passou a descrer do Deus monoteísta cristão e que essa civilização teria sido construída pelo Apóstolo Paulo com base em um mito, o mito de Jesus Cristo, que, segundo ele, seria apenas uma referência simbólica e metafórica, sem existência concreta.  Até aí a hipótese do francês parece pouco original, outro conterrâneo seu, Luc Ferry, já havia dito que o homem ocidental moderno não acredita mais nos mitos religiosos, afirmando que nenhum parisiense educado estaria disposto a pegar em armas para defender qualquer religião ou qualquer deus, como nos primórdios do cristianismo. Ferry propõe então que o homem substitua a religião pela filosofia e baseie nela sua espiritualidade. 

E aí surge uma a divergência irreparável entre os dois filósofos, pois Onfrey não acredita na morte do sentimento religioso que, segundo ele, é o “único amparo que os homens têm para viver uma existência que os conduz irremediavelmente para o nada”.  A razão ou a filosofia não daria conta desse desafio, não serviria aquele que deseja a fé. Assim, o fim da civilização ocidental, da ideia judaico-cristã de humanidade, só se dará com a substituição dessa religião por outra que vá ao encontro dos anseios religiosos e contenha um arcabouço de regras capaz de  mostrar ao ser humano como viver e conviver com sua angústia existencial. Então, o filósofo coloca em cena o Islã e seus seguidores, que ainda acreditam no seu deus e no seu profeta Maomé e, diferente dos cristãos, estão dispostos a matar e morrer por eles.

Aos olhos de um ocidental, substituir o cristianismo por uma facção fundamentalista islâmica seria um retrocesso, mas Onfrey diz que não é possível hierarquizar as religiões e seus preceitos e preconceitos e dizer qual a melhor ou pior a não ser acreditando ou descrendo de seus mitos. Mas aos olhos do homem hedonista do século XXI a hierarquia existe. Aliás, há quem acredite que a religião panteísta do Império Romano era mais progressista que o cristianismo, pois  libertava os homens em seus desejos sexuais, fossem eles homo ou heterossexuais, e era mais próxima da Natureza, mas, ainda assim, terminou sendo substituída pelo monoteísmo que condenava a sensualidade, a sexualidade, o prazer, o desejo, as mulheres, impondo um credo autoritário e reacionário.  

Onfray pode até aceitar a ideia, mas diz que o  homem não vive sem uma religião forte e o declínio do Ocidente e da ideia judaico-cristã de humanidade poderia levar a substituição do monoteísmo apaziguado do mundo moderno por outro mais radical, como o do Islã.

 A tese do filósofo francês parece estar influenciada pela força com que o islamismo radical vem atacando a França e a Europa e segue a mesma linha do romance Submissão, de Michel Houellebecq, que retrata uma França submetida ao islamismo após a vitória de um novo partido, a Fraternidade Muçulmana. Parece haver certo exagero na tese de Michael Onfray , mas, por um momento, passa pela nossa cabeça a figura de Constantino, o grande imperador romano, que vendo o declínio do Império abriu as portas de Roma ao cristianismo, esperando que a nova fé o fortalecesse. Esse novo credo fortaleceu apenas a si mesmo, expulsou as religiões politeístas, impôs um código mais rígido e retrógado e tornou-se a única religião do Império, mas não impediu seu fim.

As maiores empresas da Bahia Entre as 50 maiores empresas sediadas no Nordeste, 12 estão na Bahia, 15 em Pernambuco e 14 no Ceará, segundo publicação do jornal Valor Econômico. A receita líquida gerada pelas empresas  baianas representa 44% da receita total auferida pelas empresas do Nordeste, mas isso por causa da Braskem que é a maior companhia sediada no Nordeste e a 7ª  maior do país. Se retiramos a Braskem, a receita líquida das empresas do Ceará supera a das empresas baianas. Mas o problema não é esse, o problema é a baixa diversificação do nosso parque empresarial, cujas empresas produzem apenas matérias-primas, energia ou produtos para exportação. A economia do Ceará é muito mais diversificada e as grandes empresas estão nos ramos de produtos alimentares, construção, têxtil, logística, serviços educacionais, de saúde e outros. E quanto mais diversificação, maior a geração de negócios. É nesse ponto, a diversificação da economia,  que o governo tem de focar a política industrial do estado.

A nova formação profissional Outro dia, frente a indagação de um aluno de último ano sobre quando ele iria se formar, respondi de imediato: nunca. E expliquei que um bom profissional está sempre se formando, sempre fazendo um novo curso de especialização, seja de caráter técnico ou um MBA, um mestrado, doutorado e por aí vai.  

Outro dia, numa palestra, ouvi de um profissional extremamente especializado o famoso dístico: “Eu sou tão especializado, que sei tudo de quase nada”, com o qual ele queria caracterizar sua extrema especialização em um pequeno tópico da sua profissão. Mostrei a ele que isso é a receita do passado, hoje o mercado quer um  profissional que saiba transitar em várias áreas, pois o mundo moderno tende a integrar os vários ramos do conhecimento.

A população das cidades na Bahia Entre as principais cidades baianas, a que mais aumentou a população nos últimos 5 anos foi Luiz Eduardo Magalhães, na Região Oeste, com incremento populacional de 25%. Logo a seguir vem Camaçari e Lauro de Freitas com um aumento populacional de 16% e 15,5%, respectivamente. Salvador aumentou sua população em 8% no período. Mas isso em termos relativos. Em termos absolutos, aumentou em 250 mil pessoas a população de Salvador entre 2012 e 2017. O impacto é grande na infraestrutura de serviços urbanos.