O Marcelo que todos elogiam

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Publicado em 7 de dezembro de 2017 às 05:03

- Atualizado há um ano

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O CORREIO termina nesta quinta-feira (7) a série de entrevistas com os cinco candidatos à presidência do Bahia, cuja eleição está marcada para sábado. Entre críticas e elogios aos três anos de gestão de Marcelo Sant’Ana e Pedro Henriques, um ponto de vista é praticamente unânime entre os concorrentes: o de que a principal evolução do Bahia se deu no setor administrativo-financeiro.

A diretoria é encabeçada por Marcelo Barros. Enquanto há ressalvas dos candidatos ao trabalho de Sant’Ana, Barros é o Marcelo que todos elogiam. Quase todos na verdade, já que o candidato Nelsival Menezes fala em “replanejar a estrutura”. É o único. 

De Bellintani, cujo elogio é esperado por ser o candidato da situação, a Fernando Jorge, Abílio Freire e Binha de São Caetano, que naturalmente apontam mais necessidades de mudanças, todos têm como interseção a visão de que o Bahia caminha bem fora de campo e elogiam o trabalho feito pelo diretor financeiro. Fernando Jorge chega a citar nominalmente: “Marcelo Barros é excelente, trata-se de um executivo de topo”.

Trata-se também de um avanço significativo do Bahia e da política do clube, historicamente. A eleição de 2017 demonstra um nível de maturidade nos debates maior que a de 2014 (antes de 2013 sequer havia possibilidade de debate), com os candidatos à presidência utilizando o tempo disponível mais para propor alternativas do que para apontar o dedo para os rivais. Por isso, a maioria reconhece o que, de fato, é o principal mérito da gestão que chega ao fim. E se a situação financeira não está melhor é porque o clube gastou para comprar a Cidade Tricolor e devido aos erros do futebol, cujo time foi remontado no meio da temporada de 2016, o que gerou gastos extras. Dois problemas que a diretoria administrativa-financeira não causou, mas herdou.

No cenário político, há de se elogiar a conduta institucional do Bahia neste processo eleitoral. O clube utilizou seu programa de rádio para entrevistar os cinco candidatos ao longo desta semana, em uma rara demonstração de fair play. A posição da instituição não se confundiu com a opinião do atual presidente, que apoia Bellintani. Quem ganha com isso é o torcedor tricolor.

E o marketing? O discurso dos candidatos deixa claro que Marcelo Barros só sairá do Bahia se quiser, mas o mesmo não se pode dizer do diretor de mercado Jorge Avancini. Tanto Bellintani quanto Fernando Jorge – que este colunista acredita que serão os dois mais votados, nesta ordem – afirmaram que, se eleitos, farão mudanças na estruturação da pasta. Obviamente, não falaram em demissão do atual diretor, mas a mensagem nas entrelinhas dá margem para tal entendimento, ainda que como especulação.

Com Avancini, o Bahia alavancou a receita com patrocinadores e triplicou seu número de sócios adimplentes de 5 mil para 15 mil. O crescimento é notável, ainda que fique abaixo da expectativa criada pelo clube e pelo torcedor, iludidos com a passagem do gaúcho pelo Internacional com seus mais de 100 mil sócios. Ironia do destino: pesa contra Avancini o próprio marketing gerado em torno da contratação dele.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras