Os clubes têm o que merecem

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  • Da Redação

Publicado em 10 de fevereiro de 2018 às 05:00

- Atualizado há um ano

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Em trânsito, não vi o gol do meio do campo do Barradão, nem o empate do Bahia em Jacobina. Também não vi a estreia rubro-negra na Copa do Brasil e nem a goleada tricolor na Fonte Nova - só ouvi dizer que o Brocador fez três, o que paradoxalmente dá calafrios em muito baêa. Sobre esses pontos, não posso escrever nada além da confissão acima.

Em trânsito, capturando uma conexão aqui e ali, fisguei que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) tentou empurrar para os clubes o pagamento pelo uso do árbitro de vídeo no Campeonato Brasileiro, uma cara de pau que é a cara da CBF. 

Sempre é válido lembrar que toda a estrutura utilizada na Copa do Mundo de 2014 para a arbitragem eletrônica ficou no país, mas em 2018, passados quatro anos, os homens que mandam no nosso futebol ainda estão discutindo a implantação do sistema - e quem deve ou não deve coçar o bolso. Piada. 

Em trânsito, ouvi dizer também que os tais custos que a CBF queria empurrar para os clubes estavam superfaturados - e essa é a parte da história que menos surpreende. 

Sabe por que a CBF age dessa forma? Porque os clubes permitem. Porque boa parte dos dirigentes se beneficia da engrenagem que serve prioritariamente pra enriquecer uns poucos enquanto as pequenas agremiações afundam, as federações estaduais organizam torneios ridículos e a infraestrutura da bola se deteriora Brasil adentro. 

Se as grandes equipes brasileiras se unissem para realizar e gerir seus próprios eventos, como acontece em todos os países com ligas fortes em diversas modalidades, essa discussão nem estaria em pauta - e você não estaria lendo sobre esta papagaiada em pleno sábado de Carnaval. 

A verdade é que CBF e os grandes clubes brasileiros - mesmo aqueles que votaram contra arcar com o árbitro de vídeo - se merecem. 

E depois ninguém reclame quando o sistema fizer falta. 

Ba-Vi Em trânsito, fiquei sabendo que deixaram de lado, ao menos por enquanto, a anomalia da torcida única no clássico baiano. Quem acompanha esta coluna sabe que, aqui, tal medida sempre foi considerada absurda. 

Agora, os responsáveis pela segurança devem fazer seu trabalho e deixar longe dos estádios os criminosos que fingem ser torcedores, mas não passam disso: criminosos bem conhecidos por todos que precisam zelar pelos torcedores autênticos. 

Aos torcedores de verdade, resta a tarefa de fazer lindas festas durante os jogos, com cores, cânticos e a boa gozação que é parte da identidade baiana. Qualquer ação minimamente violenta não é uma atitude de torcedor - e nós temos que fazer valer o direito de ir ao clássico, seja lá qual for o mandante.

*Victor Uchôa é jornalista e escreve aos sábados