Policiais condenados por extorsão em Salvador são demitidos

Eles faziam parte de quadrilha que armava falsos flagrantes

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  • Da Redação

Publicado em 20 de setembro de 2017 às 17:51

- Atualizado há um ano

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Dois policiais civis acusados por extorsão tiveram as demissões publicadas no Diário Oficial do Estado desta quarta-feira (20). Antonio Dante Barbosa Ferreira e Jurandir do Amor Divino Desidério, ambos investigadores, foram condenados em 2012 pelo crime. 

"Demitir, à vista da orientação da Procuradoria Geral do Estado e demais elementos contantes do processo, do cargo de investigador da Polícia Civil, da lotação da Polícia Civil da Bahia, da estrutura da Secretaria da Segurança Pública", diz o texto para cada os dois casos, citando o número do processo em questão.

Os dois ex-policiais e os seus comparsas Leonardo Sanches Gonçalves de Almeida e Geisom Sérgio Cerqueira da Fonseca foram denunciados, em abril de 2011, pelo Ministério Público estadual por formação de quadrilha. 

Além deles, também integrava a quadrilha o policial civil Valmir Borges Gomes, que foi morto por colegas da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE) em uma troca de tiros na Avenida Paulo VI, no dia 2 de março de 2011. Na época, colegas de trabalho do oficial chegaram a paralisar as atividades em protesto à morte de Valmir.

Segundo informações do Ministério Público da Bahia, a quadrilha atuava arquitetando planos de abordagem contra pessoas que estivessem em "situação de erro", como vendedores de anabolizantes, de drogas, mercadorias sem notas fiscais, dentre outras, atraindo-as para um flagrante previamente preparado por eles e depois exigindo pagamento para não conduzir o suposto infrator para a delegacia. 

Entenda o caso Em março de 2011, a vítima L.F.S. foi atraída por integrantes do grupo que disseram estar interessados na aquisição de lança-perfume. No local combinado, nas proximidades do Centro de Convenções, chegaram os policiais Antônio Dante e Valmir Borges.

Simulando um flagrante, os policiais ameaçaram a vítima de prisão e informaram que ela só seria liberada mediante o pagamento de R$ 3 mil. Dirigindo seu próprio carro e seguido pela quadrilha, L.F.S. procurou familiares, que, estranhando o comportamento dos policiais, entraram em contato com um delegado da Corregedoria da Polícia Civil, que, por sua vez, contatou com o delegado titular da Delegacia de Tóxicos e Entorpecentes (DTE).

O Centro de Operações Especiais da Polícia Civil (COE) foia cionado e o grupo foi desarticulado após uma operação organizada pela DTE e COE. Na ação, houve troca de tiros e o policial Valmir foi morto, enquanto os demais comparsas fugiram. Segundo a denúncia do MP, os réus já agiam juntos há mais de um ano.