Reféns de jogadores ruins

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

  • Foto do(a) author(a) Darino Sena
  • Darino Sena

Publicado em 19 de setembro de 2017 às 06:00

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

O torcedor do Vitória saiu do Barradão virado na zorra com Vagner Mancini depois da derrota para o São Paulo. A maior bronca foi pelas entradas dos contestados Carlos Eduardo e Cleiton Xavier. Discordo dos rubro-negros.   Mancini tem sua parcela de responsabilidade no resultado. O maior problema em casa, desde os outros treinadores, é não saber o que fazer com a bola no pé. Domingo isso aconteceu de novo. No primeiro tempo, quando os zagueiros tinham a posse para iniciar as jogadas, os meias e atacantes se mandavam para frente e, aos defensores, restava apelar para o chutão. O distanciamento era tanto que o time não conseguia trocar sequer três passes para chegar na lateral ofensiva e fazer sua jogada mais manjada – o cruzamento para a área.   A falta de aproximação no momento ofensivo pode sim ser cobrada de Mancini. No quarto jogo no Barradão sob o comando do técnico, e com semanas inteiras disponíveis para treinamento, o Vitória tinha a obrigação de mostrar alguma evolução nesse aspecto. Até agora, nada.   No segundo tempo, o São Paulo abriu o placar cedo, recuou para administrar a vantagem e deu campo para o Vitória. A incompetência em trocar passes e construir jogadas trabalhadas permaneceu. Era preciso ter triangulações, passes verticais, presença na área. Melhorar o rendimento do meio de campo, até então inoperante com o trio Ramon, Yago e Uillian Correia. Quais os únicos jogadores disponíveis no banco com características de armação, em tese, capazes de resolver a carência? Carlos Eduardo e Cleiton Xavier.   Mestre Evaristo de Macedo já dizia que o mal de ter jogador ruim é que uma hora você vai precisar dele. O Vitória pagou por isso. A ausência de meias eficientes e volantes com dinâmica criativa este ano não é culpa de Mancini, e, sim, de quem montou esse elenco fraco – os cartolas.   Outra prova da má-formação do plantel foi, na ausência de Juninho, Mancini ter que apelar para as improvisações de Patric e Fillipe Soutto na lateral esquerda, já que não há confiança nos dois especialistas disponíveis para a posição – Geferson e Thallyson. A falta dos laterais titulares, Caíque e Juninho, decisivos para a rápida transição ofensiva que marcou o bom desempenho fora de casa, foi outro fator para a péssima atuação de domingo. Quem entrou no lugar deles não deu conta do recado.   É uma injustiça tornar Mancini o maior vilão dessa queda para a vice-lanterna. Sem ele e sua reformulação do estilo de jogo fora de casa, que renderam improváveis 10 pontos como visitante, o Vitória já estaria virtualmente rebaixado.     O Bahia sofre do mesmo mal. Também sobram jogadores de qualidade duvidosa. Gente para qual, mais cedo ou mais tarde, é preciso apelar, como Armero, Rodrigo Becão, Vinícius e cia. Outro problema é a completa descaracterização na forma de jogar. O time ousado de marcação pressão e troca de passes rápida e envolvente do início do campeonato virou uma equipe recuada até nas partidas em casa. Acéfala, depende quase exclusivamente da correria dos velocistas Zé Rafael e Mendoza, enquanto os meias criativos Allione e Régis, principais referências no início, assistem à decadência do banco de reservas. O técnico Jorginho começou a desconstruir a essência daquele time. Preto tem dado continuidade.Darino Sena é jornalista e escreve às terças-feiras