Vida longa ao novo presidente

Linha Fina Lorem ipsum dolor sit amet consectetur adipisicing elit. Dolorum ipsa voluptatum enim voluptatem dignissimos.

Publicado em 14 de dezembro de 2017 às 05:10

- Atualizado há um ano

. Crédito: .

Parabéns a Ricardo David, o primeiro presidente eleito pelo voto direto do sócio rubro-negro nos 118 anos do Vitória. Boa sorte a Ricardo, que mostrou firmeza e clareza de ideias nas duas semanas de campanha eleitoral e agora terá a oportunidade e a responsabilidade de mostrar, na prática, se suas ideias são realmente boas e viáveis. David venceu uma chapa composta por antigos Golias como Paulo Carneiro e Alexi Portela, que somados governaram o Leão por 22 anos, de 1991 a 2013, e levaram o time às suas duas finais nacionais. Por falar neles, menção honrosa para os candidatos e apoiadores das chapas derrotadas que, de maneira republicana, abrilhantaram o momento histórico vivido ao longo do dia de ontem no Barradão.   Que uma coisa fique clara em 2018 como não ficou em 2017: a campanha acabou, a eleição acabou. Agora é andar para frente. Tão importante quanto o vencedor é que ele consiga ter paz para trabalhar até o final de 2019.   O Vitória caminha para o quarto presidente nos últimos quatro anos, o que dispensa afinidade com a matemática para perceber que há algo errado no ambiente da Toca do Leão. Desde Carlos Falcão, eleito em dezembro de 2013, já passaram pelo clube Raimundo Viana, Ivã de Almeida e agora chega Ricardo David.   Dois desses renunciaram: Ivã e Falcão, que saiu em março de 2015 após uma sequência trágica no futebol, com eliminação para o Colo Colo nas quartas de final do Baiano e para o ASA na segunda fase da Copa do Brasil. A crise de Ivã, apesar do futebol cambaleante, teve seu epicentro na administração e na política. Seus diretores de futebol, jurídico e de planejamento pularam fora do barco antes do próprio presidente se licenciar ainda em julho – ou seja, com apenas sete meses de mandato.   Ricardo David, portanto, já assume com uma missão institucional mais acentuada do que qualquer outro que passou pelo cargo recentemente. Uma das consequências da democracia é a pluralidade de pensamentos, e aparar essas arestas entre as diferentes correntes que há no Vitória será fundamental para conseguir cumprir a outra missão de um presidente, que é administrar o clube. Com a bola entrando ou não, a dualidade David x Golias precisa ficar apenas na Bíblia.   Posso estar enganado, mas, aparentemente, o rubro-negro está em boas mãos, como também estaria se Manoel Matos fosse o eleito. Ambos apresentam perfil técnico, não estavam na eleição a passeio. Por sinal, se Ricardo David puder ouvir vozes como a de Manoel Matos e de Alexi Portela, ainda que maneira ocasional e consultiva, o Leão só tem a ganhar.   Como já ganhou ontem, com o encerramento da eleição ainda no primeiro turno. Administrativamente falando, foi importante para o clube. Com tanta coisa na casa para arrumar, esperar mais uma semana para definir o presidente, em um segundo turno para apenas 2.836 eleitores, só traria prejuízo ao Vitória.   Uma curiosidade: em 2016 a chapa de Ivã de Almeida foi a primeira, seguida pela de Ricardo David, a de Paulo Carneiro e a de Raimundo Viana. Um ano depois, a ordem se repetiu, obviamente sem Ivã, que renunciou, e com Manoel Matos encabeçando a chapa apoiada por Paulo Carneiro.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras