Receba por email.
Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Luiza Gonçalves
Publicado em 26 de outubro de 2024 às 11:00
Alan Macedo foi descoberto pela Agência Model Club por acaso, através do seu Instagram. Durante a pandemia, o estudante de engenharia de Feira de Santana se distraía criando cenários e fazendo fotos para as suas redes sociais, que começaram a chamar a atenção. “Eu não me achava bonitinho, não; sempre fui uma pessoa que tinha uma autoestima bem baixa. Mas o pessoal falava na rua que eu tinha perfil. Comecei a fazer fotos em casa. Aí me chamaram, eu fui, e tô aqui agora. Não imaginava que isso ia acontecer de forma alguma”, revela.
O modelo é representado pela Agência Model Club. Em 2022, ainda inexperiente, Alan teve a oportunidade de participar da seletiva do AFD, sendo aprovado e estreando na passarela mais preta do Brasil. As expectativas eram altas: “Eu já sabia da dimensão do evento, que era super importante, sobretudo para o povo preto; representava várias oportunidades, um holofote sobre nós”, afirma. Tudo tornou-se ainda mais especial quando soube que desfilaria o look da marca Inttuí, campeã do concurso de designers daquele ano, que, por acaso, tinha como estilista um amigo pessoal seu. Uma experiência inesquecível para Alan. “Era o meu primeiro desfile da vida para muita gente, com uma passarela enorme. É muita gente te vendo, mas foi uma experiência muito boa”, relembra.
Veja o mini-doc completo sobre Alan Macedo:
Com o sucesso do evento, ele viu novas oportunidades surgirem, ampliando sua visibilidade e abrindo portas para trabalhos em Salvador. Em 2023, participou mais uma vez do AFD. “Eu estava bem mais maduro, mais seguro de mim, mais confiante, e foi muito importante, né? Porque foi depois desse ano que eu consegui essa proposta para o internacional”, conta. Inicialmente contrariando a família, que desejava que Alan concluísse a faculdade, o jovem trancou os estudos e partiu rumo a Shenzhen, na China, onde mora há quatro meses. “Não senti medo, porque era uma coisa que eu queria muito. Foi a primeira vez que toquei o pé no avião, saindo do chão, indo para outro estado e país. Uma loucura”, relata sobre a mudança radical.
Estúdios enormes, trabalhos para marcas como Salomon e Baseurs, e ensaios nada convencionais. “Teve uma marca de eletrônicos que foi algo totalmente diferente, tipo, eu voei. Eu nunca imaginei voar. Me amarraram um monte de cabos e me fizeram levitar. Eu pensei: ‘Realmente, agora sim caiu a ficha de onde eu tô’”, brinca. Ele descreve a experiência na China como culturalmente rica e profissionalmente desafiadora, principalmente devido à barreira da língua e às diferenças alimentares, além da necessidade de adaptação aos costumes e ao estilo de vida chinesa. Quando sente saudades de casa, a solução de Alan é ir para a cozinha: “Eu faço feijão”, dispara.
Alan ressalta que ser modelo é uma profissão exigente, demandando um preparo psicológico adequado. Para ele, é crucial ter perseverança, pois as coisas nem sempre acontecem rápido ou como esperado. "É importante saber que é um trabalho como qualquer outro, que requer investimento, tempo e dedicação, mas a recompensa é boa", afirmou. Sua próxima parada será a Coreia do Sul, após o término de sua estadia na China, onde novas ambições o aguardam.
Mini docs Afro Fashion Day:
Editor de Mídia e Estratégia Digital: Jorge Gauthier
Estagiária de cultura: Luiza Gonçalves
Equipe de mídias: Eduardo Bastos, Arthur Leal e Gabriel Cerqueira
O Afro Fashion Day é um projeto do jornal Correio com patrocínio da Avon e Bracell, apoio CAIXA, Shopping Barra, Salvador Bahia Airport e Wilson Sons e apoio institucional do Sebrae e Prefeitura Municipal de Salvador.