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Estado quer também ampliar as propostas de desenvolvimento para o semiárido, região que abrange 64,5% do seu território
Donaldson Gomes
Publicado em 25 de outubro de 2015 às 12:34
- Atualizado há um ano
Com a história de um processo de desenvolvimento concentrado na Região Metropolitana de Salvador (RMS), a Bahia luta para melhorar as condições no interior. A aposta para levar empregos e renda para o semiárido, que abrange 64,5% do território do estado, passa pela busca por desenvolver as potencialidades do estado para a geração de energia limpa, a partir dos ventos e da luz do sol, diz o secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado (SDE), Jorge Hereda.
“A Bahia vai ser a maior produtora de energia renovável do Brasil a partir do próximo ano. E a região onde se apresentam os melhores índices de ensolação e os melhores ventos é justamente o semiárido, onde há problemas com pobreza”, diz o secretário. O potencial para a geração de energia é um atrativo para as empresas fornecedoras de equipamentos, destaca Hereda.Hereda: "As empresas precisam caminhar com as próprias pernas" (Fotos: Arisson Marinho)Atualmente, existem 10 empresas da cadeia implantadas aqui e, segundo ele, outras duas estão em processo de implantação. “Nós acreditamos que é válido apostar no encadeamento produtivo para dar competitividade a essas atividades e garantir empregos aqui”, defende.
O secretário avalia que existem problemas “além da alçada” do estado que complicam a atuação da SDE. “Nós acreditamos na importância do planejamento de médio e longo prazo, acreditando que um dia teremos uma reforma tributária, que vai nos permitir acabar com a guerra fiscal e colocar ordem na casa”, acredita.
Até lá, o secretário acredita que o papel do governo no processo de atração de investimentos é mostrar as potencialidades do estado e “receber bem" quem demonstr interesse em investir.
“Nós entendemos que as empresas precisam caminhar com as suas próprias pernas, e temos que lembrar que existe um costume do próprio empresário de atribuir a responsabilidade de tudo para o governo. Mas é muito importante que o estado exerça o papel de fomento ao desenvolvimento econômico”, ressalta.
Capacitação e inovaçãoDebate entre o secretário Jorge Hereda, Lucas Ferraz, da FGV, e Edison Terra, da BraskemEdison Terra, diretor de Negócios da Braskem, ressaltou a importância da Bahia dentro das cadeias química e petroquímica. Cerca de 30% da produção de resinas plásticas é baiana. “A Bahia tem uma relevância enorme dentro do setor, a indústria petroquímica nasceu nesse estado. Entre 8% e 10% da transformação de resinas é feita na Bahia”, disse.
Para Edison Terra, o investimento em infraestrutura e o ambiente de produção podem aumentar a competitividade do produto baiano. “Não existe país com indústria forte, que não tem uma indústria petroquímica forte”, defendeu.
O diretor da Braskem defende que, apesar dos indicadores apontarem cenários adversos para a cadeia produtiva brasileira, a retomada do crescimento pode ser acelerada com ambiente produtivo favorável para a indústria. Para isso, é preciso estimular a competitividade através de capacitação e garantir o desenvolvimento da inovação, com investimentos em pesquisa e desenvolvimento.
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