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Baiano fatura R$ 1,2 milhão com automação de casas de alto padrão

Empresa de Marcus Casaes atende Claudia Leitte, Xanddy e Carla Perez com serviços de tecnologia para casas

  • D
  • Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2022 às 05:11

. Crédito: foto: Marina Silva/CORREIO

Quando Marcus Casaes começou a trabalhar com automação residencial em Salvador, era tudo mato. Literalmente. O uso da palavra está correto: em 2005, ano em que Casaes começou seu primeiro projeto de apartamento conectado, na região de Alphaville, o cenário era esse. “Já tinham lotes vendidos, algumas casas, alguns prédios sendo construídos, mas nada que lembre o que é hoje”, explica o engenheiro soteropolitano de 41 anos.

E o paralelo cai bem com o cenário da própria automação residencial em Salvador. Para contextualizar, o trabalho de Casaes consiste em deixar os lares ou escritórios de seus clientes “inteligentes”. Mas é muito mais do que uma Alexa poderia tentar: vai desde a entrada com impressão digital em vez de chave (os mais atualizados usam reconhecimento facial), segurança digital, ambientes conectados, comando de voz, luz e temperatura automaticamente ajustados de acordo com as “cenas” (ou ambientes). E tudo, claro, personalizado.

Parece chique? E é. Caro também: um serviço pode custar até R$ 250 mil. Mas é um nicho que tem seus entusiastas, como Claudia Leitte, Xanddy e Carla Perez – todos clientes dele. E este nicho, tão seleto quanto fiel, cresceu durante a pandemia, a ponto de quase triplicar o faturamento da empresa dele de R$ 500 mil para R$ 1,2 milhão – contrariando a tendência local e regional, em que até 88% dos empresários identificaram queda na receita, segundo dados de 2021 do Sebrae. Mas, para explicar o sucesso da Casaes Automação, é necessário voltar um pouco no tempo.

Marcus Casaes nasceu no bairro da Liberdade e cresceu se revezando entre sua casa e a de parentes, em Periperi, no subúrbio de Salvador. Apesar de ter vivido num ambiente de periferia, ele estudou em escola particular e só passou a trabalhar depois de formado. “Eu nunca precisei trabalhar para colocar comida em casa, que era a realidade da grande maioria das pessoas do meu convívio. Na periferia, isso é comum. Mas, no meu caso, meus pais tinham bom salário. Eu tive sempre acesso à melhor educação que eles podiam dar, e isso fez toda a diferença na minha formação”.

O interesse por coisas “fora da caixa” já aparecia mesmo na época de menino. “Eu nem sabia exatamente o que eu queria fazer, mas sabia que seria alguma coisa diferente. Era fascinado por eletroeletrônicos. Sempre que um ferro de passar ou uma bateria pifava, um aparelho quebrava, eu parava para consertar. Poucas vezes eu não conseguia dar jeito”, brinca.

A curiosidade continuou como marca registrada do jovem Marcus, que, recém-formado em engenharia civil, resistiu aos estímulos da irmã para que ele prestasse serviço público. Inspirado na empresa em que teve o primeiro emprego, focou em abrir o próprio negócio. “Eu lembro que ficava fascinado com a parte da gestão do negócio, as decisões que o dono tomava, os riscos, a condução. E naquela hora eu pensei que eu também queria aquilo, eu queria ter a minha própria empresa”, lembra.

Sampa O já empreendedor e ainda curioso Marcus Casaes resolveu fazer um curso que mudaria sua vida. Aos 23 anos, viajou para São Paulo pela primeira vez para aprender sobre automação. Vale ressaltar que sequer existia smartphone na época – pensar em residências inteligentes ou conectadas era algo distante da realidade.

“Se hoje esse serviço ainda é percebido como coisa de cinema, de filme, para muita gente, imagina em 2005, quando montei a empresa. Era muito novo, futurista, até. Então, eu tive que criar meu público aqui em Salvador, um público muito específico, para desenvolver meu trabalho”, relembra. Para conseguir isso, ele precisou entender não apenas da parte técnica, mas também de como gerir um negócio e, principalmente, de como transitar pelo público de alto luxo. Afinal de contas, os clientes precisam combinar duas exigências muito específicas: classe A e entusiasmo tecnológico.“A pessoa que busca automação, seja na casa ou no escritório, na empresa, precisa ser entusiasta da tecnologia, tem que gostar da inovação. É aquele fã que fica de madrugada na fila da loja da Apple para comprar o novo iPhone no dia do lançamento”, analisa. “Isso aconteceu de maneira natural, e, pelas parcerias estratégicas que eu tinha no mercado, eu cheguei nessas pessoas. Políticos, médicos, artistas, grandes advogados, jogadores de futebol… São essas as pessoas que normalmente procuram esse serviço”.Enfim, os refrescos Em 2020, ano em que a Casaes Automações completava 15 anos, veio mais um momento de virada de chave. Com negócios fechando ou reduzindo de tamanho, Casaes se viu com mais trabalho. “Com a possibilidade de fazer home office ou de passar um longo período em um lugar, os ricos investiram na automação das segundas casas, na praia ou no campo. Ou, então, atualizaram os sistemas da moradia principal para comportar as novas necessidades que surgiram durante a quarentena”, explica.

De certa forma, o cenário pandêmico acabou turbinando o público-alvo de Casaes, o que ajudou o negócio. De acordo com o relatório publicado em dezembro de 2021 pela World Inequality Lab, uma das principais heranças econômicas da pandemia foi justamente a concentração de renda. No Brasil, 10% concentram 59% de toda a riqueza do país, enquanto a metade mais pobre corresponde a apenas 10% do valor total. Não dá para dizer que faltou capitalização.

Bom para Casaes, que, além de ser um dos poucos empreendedores a manter viva a primeira empresa que criou – segundo dados do IBGE, mais de 60% quebram antes dos primeiros cinco anos – conseguiu praticamente triplicar o faturamento, que deve chegar a R$ 1,2 milhão em 2022.

De qualquer forma, se manter relevante no mercado que está se popularizando aos poucos se mostra como um desafio para Casaes, em especial com o barateamento de algumas tecnologias.“A classe B já começou a se interessar pela automação e é um mercado viável. Dá para fazer um sistema mais compacto por R$ 5 mil, por exemplo, que pode servir perfeitamente às necessidades do cliente”.Mas o engenheiro explica que a clientela da Casaes Automações continua a classe A, que chega a desembolsar até 50 vezes mais, a depender do tamanho do imóvel e do projeto. E atenção: Casaes explica que a tecnologia acaba viciando, o que talvez explique a fidelidade de quem contrata seu serviço. "É tipo quando você tem um carro e precisa da manivela para subir e descer o vidro. Você acostuma. Depois, se você troca de carro para um que basta apertar o botão para subir e descer o vidro, você também acostuma. E se pegar a manivela de novo, vai reclamar", explica.

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