Empreendedores precisam pensar como as novas gerações, diz especialista

Eduardo Endo defende soluções digitais para empresas conquistarem geração z

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  • Alexandre Lyrio

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 05:35

- Atualizado há um ano

. Crédito: Fotos: Arisson Marinho/CORREIO

O jovem Eduardo Endo odiava pedir pizza, não pela pizza, mas pela forma de pedir. “Essa coisa de fazer uma ligação, perguntar os sabores, ouvir o atendente, pensar bastante e, finalmente, fazer o pedido, era muito chato e demorado”, diz. Hoje, pelos aplicativos, esse processo se resume a alguns toques com as pontas dos dedos. “Muito mais fácil”.

Ainda bem para Eduardo, as pizzarias se adaptaram ao seu ritmo. Não por acaso, passou quase duas horas desta quarta-feira, 07, dando exemplos como o da pizza para convencer uma plateia de cerca de 200 pessoas sobre a necessidade de empresas e tecnologias se adaptarem às novas gerações de consumidores. E vice-versa. Mestre em inteligência artificial, Eduardo Endo realizou a oficina 'O Mundo Mudou! E Você?', no Seminário Humanize[se], do Fórum Agenda Bahia 2018.

Endo mostrou que se adaptar às novas tecnologias é, na verdade, humanizar-se.  “O mundo está mudando porque as pessoas estão mudando. Se você é uma pessoa, você precisa mudar também, humanizar-se”. O objetivo do palestrante foi fazer empreendedores entenderem que é preciso conquistar o seu futuro cliente pensando tal qual as novas gerações. Grupos criaram sugestões durante oficina Ou seja. Para ele, não só as pessoas devem se adaptar às novas tecnologias, mas, principalmente, as tecnologias devem se adaptar às pessoas. É preciso criar soluções digitais. “Quando a gente for criar um produto, tem que lembrar que é para essas gerações que a gente tem que criar. Não dá para inovar com o nosso próprio mindset (mentalidade). Precisamos entender como funciona a cabeça da geração Z”, defende.

Para provar sua tese, Endo apresentou um vídeo em que a sua própria filha, Beatriz, concede uma entrevista. A menina, de apenas 6 anos, usa com destreza tablets e smartphones, além de assistir YouTube e Netflix. “Ela já nasceu nessa geração. Se der um telefone de discar ela não vai saber usar. Ela é o que eu chamo de nativa digital. Não é mais inteligente que as outras gerações, mas se você quiser inovar é preciso pensar como a Bia”.

Na entrevista, ela revela o que o pai faz quando ela desobedece. “Ele tira o tablet, o smartphone e a internet”. “E como você reage?”, pergunta a entrevistadora. “Eu fico com medo”, responde a menina. “É uma geração que tem medo de ficar longe dos devices (dispositivos)”, diz Eduardo.“Uma pesquisa mostra que 79% dos jovens têm a ‘nomofobia’, a fobia de ficar sem esses devices. É preciso entender a cabeça desses jovens e criar soluções digitais para eles” (Eduardo Endo)Empatia

Mas, como entender a cabeça de uma geração que não é a sua?  Com empatia. “Basta se colocar no lugar deles. Só com empatia é possível entender a cabeça deles”, acredita o mestre em inteligência artificial.

Para finalizar o workshop, inspirado pelo acarajé que consumiu na Bahia, Eduardo sugeriu que os grupos reunidos nas mesas criassem novas maneiras de vender o produto das baianas. “Os acarajés costumam ter fila, não entregam em casa e não são saudáveis. As gerações que estão surgindo poderão não consumir esse produto”, problematizou.

Um dos grupos do workshop propôs a criação de uma espécie de fritadeira elétrica, que consiga fritar o acarajé de forma mais saudável, segura e higiênica. “Uma máquina dessa pode melhorar muito a produção e entregar um acarajé muito mais saudável”, parabenizou Eduardo Endo.  

O Fórum Agenda Bahia 2018 é uma realização do jornal CORREIO, com patrocínio da Braskem, Sotero Ambiental e Oi, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador, Consulado-Geral dos EUA no Rio de Janeiro, Federação das Indústrias da Bahia (Fieb) e Rede Bahia; e apoio do Sebrae e da VINCI Airports.