IA: Fim da linha para os programadores?

Nesse momento, não existe espaço para medo, e, sim, para adaptação e otimização

Publicado em 7 de agosto de 2023 às 05:00

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Artigo Crédito: Arte CORREIO

Nos últimos meses, tenho sido bombardeado de perguntas sobre as inteligências artificiais generativas, as famosas machines learning que estão cada vez mais populares. Assim como todos, nós, especialistas em tecnologia, nos perguntamos sobre a aplicabilidade dessas ferramentas no dia a dia da cadeia produtiva de tecnologia e, claro, nos questionamos também sobre os possíveis gaps e desvantagens que essas inteligências podem impulsionar.

Ao contrário do que muitos defendem, não acredito que esse tipo de Inteligência Artificial (IA) será capaz de substituir o processo de programação e desenvolvimento de TI feito por humanos, isso porque a ferramenta costuma não fornecer respostas precisas e corretas em todos os casos. Em situações complexas ou pouco comuns, o chatbot pode gerar informações incorretas ou incompletas, o que pode levar a decisões errôneas e ações inadequadas.

Além disso, O GPT pode ter dificuldade em compreender o contexto completo de uma pergunta ou problema. Embora ele possa gerar respostas gramaticalmente corretas, por exemplo, pode falhar em entender as nuances e sutilezas do contexto técnico específico, levando a respostas imprecisas ou irrelevantes.

Embora esse tipo de tecnologia seja realmente um grande avanço na otimização de diversas tarefas, precisamos compreender que o código dessa máquina de alto aprendizado ainda está em fase de teste e desenvolvimento. Com isso, erros e o que chamamos de “alucinações’’ ainda são comuns e esperados.

O GPT possui a capacidade de armazenar e recuperar grandes volumes de informações. Isso significa que os desenvolvedores podem aproveitar os conhecimentos previamente adquiridos para obter informações relevantes sobre problemas comuns, soluções alternativas e boas práticas de programação.

Entretanto, é preciso atenção ao uso desenfreado da ferramenta para o desenvolvimento de códigos, sobretudo, no período de aprendizado desses programadores. Muitos alunos utilizam a ferramenta para desafios técnicos para estágios e vagas e acreditam que não é possível identificar os sinais do Chat GPT no código. Porém, assim como escritores e jornalistas conseguem identificar um texto gerado pela IA, programadores experientes também identificam esse uso e eliminam esses candidatos automaticamente. Afinal, o objetivo dos testes não é captar códigos perfeitos e, sim, entender se aquele profissional domina a linguagem.

Assim como toda ferramenta disruptiva, a inteligência artificial está revolucionando a forma como produzimos. Nesse momento, não existe espaço para medo, e, sim, para adaptação e otimização. Embora o Chat GPT seja incrível, o potencial de adaptação e interpretação dos humanos ainda segue na frente e com uma boa vantagem.

José Messias Júnior é CEO da Cubos Academy