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Da Redação
Publicado em 19 de outubro de 2022 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
O empreendedorismo está presente nas comunidades periféricas de Salvador. A G10 Favelas, bloco de Líderes e Empreendedores de Impacto Social das Favelas, anunciou na terça-feira (18), durante o Fórum Agenda Bahia 2022, que começou planejamento para revitalização de casas em Saramandaia e aplicação de sistema de entrega de produtos comprados por e-commerce (compra on-line) em São Caetano.>
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As iniciativas ainda não têm data prevista para execução, pois ainda buscam fomento público - por meio de incentivo fiscal - e social - moradores interessados em participar das ações - para dar seguimento ao projeto na capital.>
Os programas já estão ativos em favelas de estados como São Paulo. A Revitaliza, empresa de construção civil que faz reparos e reformas em casas de periferia, já repaginou 1.884 moradias brasileiras. A meta inicial em Salvador é de 50, com direito a reboco e pintura. Já a Favela Brasil Xpress, empresa de logística que atua na entrega de produtos de e-commerce que não são levados até as favelas, está em 10 comunidades no país, e o número de entregas já superou um milhão de pacotes. “Invista. Se não fizerem isso por consciência, façam por dinheiro. Olhem para as favelas de Salvador e vejam o potencial que existe”, preconiza o presidente do G10 Favelas, Gilson Rodrigues. A discussão sobre um mercado que gera consciência foi levantada durante o painel Economia das Comunidades, com Gilson Rodrigues. Ele destacou que a movimentação econômica nas periferias engloba tanto o empreendedorismo de moradores, quanto a capacitação e inclusão no mercado de trabalho. >
Para chegar neste cenário, Rodrigues ressalta a importância da sociedade criar novo olhar sobre a periferia, ao revés da imagem de violência e marginalidade, expandindo o campo de oportunidades e aproveitando o que a comunidade tem para oferecer. “As favelas do Brasil, apesar de movimentarem 180 bilhões, sofrem espécie de embargo econômico e sofrem porque são favelas. Aplicativo de carro não vai até lá, tampouco compra na internet. Precisamos criar soluções para os problemas”, afirma. >
“A economia das favelas é ativa, temos milhões de brasileiros que, mesmo que vivam em posição de pobreza, consomem roupa, sapato, comida, há uma força muito grande de empreendedorismo pulsante, gente que precisa de investimento”. “Cerca de 40% da favela sonha em empreender e não tem oportunidade por formação ou por crédito”, quantifica o presidente. >
Capacitação Rodrigues também ressalta a necessidade de autoinvesimento, quando é preciso foco e energia dos moradores da comunidade para desenvolver as iniciativas lá prestadas, a exemplo da formação de lideranças locais, conhecidos como “presidentes de Rua”, moradores voluntários que cuidam, cada um, de cinquenta casas no entorno a disseminar a cultura do empreendedorismo. A forma que a G10 utiliza para inspirar é mostrar casos de sucesso, a exemplo do Emprega Comunidades. >
“[Quanto à diversidade] as empresas dizem que não encontram [pessoas que se encaixem], mas é porque estão procurando no lugar errado. Criamos a empresa Emprega Comunidades que funciona como LinkedIn da favela. Ela insere as pessoas no mercado de trabalho, dando formação para áreas específicas, e conecta empresas a esse novo mundo, trazendo profissionais qualificados e se não estão qualificados, [nós mesmos] qualificamos”, explica. Até agora, a Organização Não-Governamental (ONG) trabalha com 18 iniciativas e pretende expandir para 32 até o final do ano. >
Tecnologia e juventude formam economia do futuro>
Ainda durante o Agenda Bahia 2022, em debate no painel Economias do Futuro, discutiu-se sobre como a economia da comunidade, juventude e digital se interligam para formar um caminho de progresso e evolução. >
Presidente do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Marcus Barão salienta que é necessário investir nos jovens e na construção geracional de agora para reverter o cenário de enriquecimento apenas após o envelhecimento, no Brasil. Para isso, ele salienta o incentivo à participação jovem na economia, exercício da criatividade e produção, assim como resolução da realidade de desesperança juvenil mediante ao desemprego no país. “Falar sobre juventude é falar sobre inovação. Juventude é um desafio, [mas também] é potente”, analisa. Marcus Barão, presidente do Conjuve, pede atenção aos jovens (Foto: Paula Fróes/ CORREIO) É justamente na tecnologia que a faixa etária se casa com projeção de um futuro otimista, relaciona o co-fundador da startup de tecnologia Sthorm.IO, Mariano Lopez. Para ele, no entanto, também é importante pensar no processo de inclusão de outras faixas etárias. Isso com o objetivo de aproveitar a capacidade e potência independentemente da idade. >
“A gente tem otimismo com tecnologia, mas temos que ser críticos e atentos para ver como a tecnologia impacta nas comunidades locais”. >
O Agenda Bahia 2022 é uma realização do CORREIO, com patrocínio da Acelen e Unipar, parceria da Braskem e Rede+, apoio institucional da Prefeitura Municipal de Salvador, Fieb, Sebrae, Rede Bahia e GFM 90,1 e Apoio da Suzano, Wilson Sons, Unifacs, HELA, Socializa e Yazo. *Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo>