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Da Redação
Publicado em 13 de agosto de 2018 às 05:15
- Atualizado há 2 anos
Cada vez mais as redes sociais ganham protagonismo na vida das pessoas. As finalidades são diversas, inclusive são usadas para conseguir um emprego - ou para selecionar pessoas. E a busca por candidatos não se restringe ao LinkedIn. As redes mais pessoais, como Facebook, Instagram e Twitter, por exemplo, também estão na mira dos recrutadores das empresas, e é por isso que se precisa de mais cuidado nesses lugares.>
Na internet - e nas redes sociais - também é onde se coleta uma boa parte dos dados de usuários que depois vão alimentar o big data - ou ciência dos dados, um dos temas do Fórum Agenda Bahia 2018 - e todo o setor de tratamento e compartilhamento de informações que servem para estudos de comportamento do consumidor ou orienta campanhas de marketing, por exemplo. O que os especialistas chamam de pegada digital. >
A facilidade em alcançar mais candidatos e a possibilidade de saber mais sobre eles em apenas alguns cliques atraem os recrutadores às redes sociais, que dispõem de variados dados que podem ser usados por eles.>
“Cada pessoa pode revelar, a partir das suas postagens, informações sobre ela. Com relação às atitudes e comportamentos, por exemplo. Candidatos que revelem a adoção de atitudes antiéticas podem chamar atenção de uma forma negativa para a empresa”, explicou Ana Barros, coordenadora do Centro de Carreiras e professora dos cursos de RH e serviço social EAD da Unijorge.>
Ana orienta as empresas, no entanto, que deixem claro aos candidatos que esse formato de recrutamento está sendo utilizado. Inclusive, a partir da aprovação da Lei de Proteção de Dados no Brasil, que foi discutida no seminário Sustentabilidade do Agora, um dos eventos do Agenda Bahia deste ano, a relação das empresas com as informações pessoais de usuários da internet mudará sensivelmente.>
“Essa é uma das ferramentas de recrutamento. Hoje, as empresas não têm se restringido a uma avaliação só com base no perfil da rede social. Os processos seletivos são cada vez mais complexos, mas é indicado que a empresa deixe claro que utiliza esse meio para os candidatos”,afirmou. Para ela, a capacidade de acesso às informações, o menor custo e a amplitude de acesso é o que torna as redes sociais atrativas aos recrutadores.>
Dicas>
Para quem procura por um emprego, Ana ressalta a importância de evitar comentários desabonadores. Principalmente se eles falam sobre as empresas que você trabalha ou quer trabalhar. Os discursos de ódio também devem ser evitados. >
Quem já está empregado também deve ficar atento ao uso das redes, tendo em vista que elas estão decidindo não só quem fica com a vaga na seleção, mas também quem pode ser demitido.CONDUTA NO TRABALHO>
*Atente ao guia de conduta da empresa - A maioria das empresas possui normas de conduta que podem disciplinar os limites dos colaboradores nas redes sociais. Para evitar maiores problemas, é recomendado que as regras sejam sempre seguidas, até nas redes. >
*Evite assuntos polêmicos - Para além dos posicionamentos proibidos, como os discursos de ódio, assuntos polêmicos devem ser evitados nas redes.Racismo deu prejuízo a youtuber>
O cuidado com as redes sociais não deve ser tomado somente por empregados ou por quem busca trabalho. O youtuber Júlio Cocielo, por exemplo, por mais que, na teoria, fosse “dono de seu negócio”, perdeu assinantes e patrocinadores após fazer um comentário racista sobre o jogador da França, Kylian Mbappé, durante a última Copa do Mundo.>
No twitter, Cocielo escreveu “Mbappé conseguiria fazer uns arrastão top na praia hein” (sic). Mesmo apagando o texto após a repercussão negativa, o youtuber perdeu campanhas com ao menos cinco grandes marcas.>
O episódio provocou uma corrida entre os famosos para apagar posts nas redes sociais. Cocielo, inclusive, apagou mais de 50 mil tuítes anteriores. Fora do mundo dos famosos, também é necessário ter cuidado com o que se posta, com a disseminação do ódio e também com as fake news (notícias falsas), cuja disseminação é crime.>
"Ainda que o youtuber não seja funcionário, ele presta serviço para essas marcas. O cuidado com a imagem das empresas é o que faz com que essas campanhas e apoios sejam retirados", diz Thiago Vieira, advogado criminal especialista em Direito da Informática.>
O Fórum Agenda Bahia 2018 é uma realização do CORREIO, com patrocínio da Revita e Oi, e apoio institucional da Prefeitura de Salvador, Federação das Indústrias da Bahia (Fieb), Fundação Rockefeller e Rede Bahia.>