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Yasmin Oliveira
Publicado em 20 de novembro de 2023 às 06:00
O público estava ali para curtir, claro. Mas, principalmente, para celebrar a cultura negra e afirmar sua ancestralidade com artistas de estilos variados. Com 100% de afirmação afrofuturista no saldo, se encerrou neste domingo a edição 2023 do Festival Afropunk Bahia, realizado no Parque de Exposições como um dos eventos integrantes do calendário Novembro Salvador Capital Afro. >
Na noite de sábado, quando se apresentaram Majur, Gaby Amarantos e a atração internacional Victoria Monét, Carlinhos Brown fez um show para marcar Alfagamabetizado, álbum lançado há 27 anos. Levou a bailarina Ingrid Silva para dançar o samba Quixabeira e festejou a liberdade: “A namorada tem namorada, o namorado tem namorado. Eu não preciso ser mais apedrejado e cancelado por dizer isso há quase 30 anos”.>
No domingo, a primeira atração a tomar o palco Gira foi a dançarina, DJ e modelo Lunna Monty. A travesti atraiu o público disperso para a apresentação afrofuturista que trouxe músicas internacionais como Water, da cantora Tyla, e Little Things, de Jorja Smith. >
A cantora amazonense Karen Francis foi a primeira no palco Agô. Com sua voz lírica, encantou os presentes que acompanharam as canções do novo álbum Anos Luz dançando lentamente. Ela dedicou a música Linha do Tempo para a juventude negra que busca mudar a realidade das gerações que a antecederam. Karen traz em suas canções suas experiências enquanto mulher negra e lésbica na periferia de Manaus.>
A segunda atração do palco Agô veio com bastante rap. Ajuliacosta mostrou suas rimas para o público que se animou ao ouvir versos “mente serena em uma mina estratégica” da música Queen Chavosa.>
O clima pegou fogo mesmo quando o Olodum entrou no palco Gira, trazendo o ritmo dos tambores do Pelourinho. Eles, que fizeram participação ao lado de diversos artistas, convidaram a cantora Majur e o público foi ao delírio com a mistura. A banda não deixou ninguém parado com a execução de clássicos como Nossa Gente (Avisa Lá) e Faraó.>
Quando “A Voz do Samba” chegou o público foi cativado com seu sotaque carioca. Alcione foi a terceira atração (e uma das mais esperadas) do palco Gira e prometeu não deixar o samba morrer na comemoração dos 50 anos de carreira. Ao seu lado, a escola de samba Mangueira veio trazer o carnaval do Rio para Salvador e mostrar um pouco do que será a homenagem para a Marrom no desfile de 2024.>
Sucessos da carreira e de Benito de Paula fizeram parte de seu repertório, mas a voz do público se fez presente a todo o momento. Gritos saudando a Marrom antecederam algumas músicas e mostraram o amor da Bahia pela cantora, que não tirou o sorriso do rosto durante todo o show. “Fazer alguma coisa em Salvador sempre tem um tom especial, estou tão feliz pelos meus 50 anos de carreira. Cantei tanto que aprendi a cantar”, brincou Alcione.>
“A gente se sente valorizado no nosso mês, vindo aqui exaltar a nossa cultura, a nossa beleza, estar vestido da forma que a gente gosta, estar vendo pessoas como a gente, estilosas” disse Tatiane Louise, 26 anos, que veio para o Afropunk pensando no show de Alcione: “Só quero que ela cante todos os maiores sucessos dela para eu chorar”.>
O Afropunk Bahia 2023 se encerrou com a sensualidade dançante de Iza e a explosão rítmica do BaianaSystem, que fez um intercâmbio da música baiana com a africana, ao convidar a angolana Dia e Noite e o guineense Patche di Rima.>
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*Orientado pela chefe de reportagem Perla Ribeiro>
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Afro Fashion Day>
Quando: 25 de novembro>
Onde: Terreiro de Jesus (Pelourinho)>
Horário: das 10h às 20h, com desfile previsto para 16h>
Ingresso: gratuito - o espaço está sujeito a lotação>
Mais informações em www.correio24horas.com.br/afrofashionday>
O Afro Fashion Day é um projeto do jornal Correio com patrocínio da Vult, Bracell e will Bank, apoio do Shopping Barra, Salvador Bahia Airport e Wilson Sons, apoio institucional do Sebrae Prefeitura Municipal de Salvador e parceria do Clube Melissa>