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Acompanhado por cortejo, corpo de médico é sepultado em cemitério na Bahia


 

Corpo de Andrade Lopes Santana foi achado amarrado a âncora em rio

  • Da Redação

Publicado em 29/05/2021 às 13:51:00
Atualizado em 22/05/2023 às 10:40:44
. Crédito: Reprodução/TV Bahia

(Foto: Reprodução) O corpo do médico Andrade Lopes Santana, 32 anos, foi sepultado no final da manhã deste sábado (29) no cemitério paroquial de Araci, cidade a cerca de 221 km de Salvador, onde ele vivia. O médico estava desaparecido desde 24 de maio, mas teve o corpo encontrado ontem amarrado a uma âncora em um rio em São Gonçalo dos Campos. 

Uma multidão acompanhou a despedida a Andrade. O carro com o corpo deixou a casa onde ele morava, foi até a Câmara de Vereadores e de lá seguiu em cortejo até o cemitério onde aconteceu o enterro. 

O corpo de Andrade foi achado na manhã de ontem no Rio Jacuípe, sendo reconhecido por amigos. Horas depois, um amigo dele, Geraldo Freitas Junior, foi preso acusado pela morte. Ele foi o responsável por prestar a queixa na delegacia em Feira depois do sumiço do médico.

Segundo a polícia, os dois estudaram medicina juntos na Bolívia e depois vieram trabalhar no interior da Bahia.  (Foto: Reprodução) Mãe veio do Acre acompanhar investigações Em entrevista ao Acorda Cidade, a mãe de Andrade, Domitila Lopes, que deixou o Acre, onde mora, para acompanhar as investigações sobre o desaparecimento do filho, disse que foi confortada pelo suspeito. Segundo ela, o acusado do crime chegou a levar a irmã de Andrade até o local onde o carro da vítima foi encontrado.   “Isso é um absurdo.É muito triste. A gente não merece isso. Eu fui abraçada pelo assassino, ele me confortava, chorou comigo, sentiu a minha dor junto comigo. Isto é muito triste. Ninguém merece isso, eu estou arrasada com isso. Eu reconheci o corpo do meu filho pelos pés porque o resto estava deformado. Mataram meu filho de joelhos. Eu creio que meu filho teve tempo de se consertar com Deus. Meu filho tinha um projeto de ajudar os pobres, ele trabalhava na assistência social, ele era um menino de ouro. Era um menino bom, não merecia ter morrido assim", disse.   "Eu estou arrasada, eu estou tendo conforto das orações do Brasil, que está sentindo a minha dor junto comigo. Meu filho foi traído, confiou no amigo. Se dizia doutor, não sei se é doutor, dava plantão e tudo, e depois fazer uma coisa dessas com um ser humano tão bom”, lamentou.   Segundo Domitila, durante o tempo em que esteve com a irmã de Andrade, o acusado do crime teria apontado amigos de médico como suspeitos de envolvimento no crime para tentar despistar sua participação.   “Ele começou a culpar os amigos dele. Olha, cuidado com fulano porque fulano não tem uma cabeça legal, e ficava jogando um contra o outro, tentando maquiar, né. Maquiar a participação dele no crime. Graças à oração do Brasil, Deus permitiu que viesse à tona. Minha filha estava perto, foi junto com ele ver onde estava o carro, ele disse que estava falando com a mãe dele sobre Londres, ele já estava querendo ir embora do Brasil. Deus não permitiu. Ele vai pagar por tudo isso. Se você é cristão tem que perdoar né, mas a pena dele, ele vai ter que pagar né”.   Prisão O homem preso por suspeita de matar o médico Andrade Lopes Santana, que estava desaparecido desde o dia 24 de maio e teve seu corpo encontrado nesta sexta (28), era um amigo da vítima. Mais do que isso, Geraldo Freitas Junior foi o responsável por registrar o desaparecimento do médico na 2ª Delegacia de Feira de Santana.    A prisão, que ocorreu na casa do suspeito, no bairro da Santa Mônica, foi realizada por equipes da 1ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Feira) e pela Delegacia de Repressão a Furtos e Roubos de Feira de Santana.   Delegado responsável por conduzir as investigações do caso, Roberto Leal afirmou em entrevista ao CORREIO que o homem se tornou o principal suspeito do crime por cair em uma série de contradições durante o depoimento.    Andrade morava no município de Araci e trabalhava em cidades da região, como Tucano, Caldas do Jorro e São Domingos. As investigações apontaram que ele foi a Feira de Santana para resolver alguma pendência no Exército. Chegou à cidade na segunda-feira (24) e desapareceu.