Assine

Vamos seguir na torcida pelo Nordeste Futebol Clube


 

Publicado em 18/10/2018 às 05:00:00
Atualizado em 19/04/2023 às 01:05:05
. Crédito: .

Enquanto Bahia, Vitória e Sport disputam para se manter na Série A do ano que vem, dois times lutam para chegar nela e, de quebra, estabelecer o recorde de participação do Nordeste na primeira divisão desde que o campeonato adotou a fórmula por pontos corridos. 

Os times em questão são o Fortaleza e o CSA. Após 31 das 38 rodadas da Série B, os cearenses lideram e têm nove pontos de vantagem para o primeiro time fora do G4, o que equivale a um pé na Série A 2019. E os alagoanos, que abriram a 32ª rodada terça-feira, ocupam a quarta colocação, em uma briga que promete seguir intensa até o fim. A missão do CSA pode se tornar uma façanha inédita, já que apenas quatro estados da região já disputaram a Série A em pontos corridos: Bahia, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.

Enquanto a Copa do Nordeste balança a cada fato novo nos bastidores - como a saída do Sport, o fim dos canais Esporte Interativo e a resistência do Bahia -, na esfera nacional a temporada já é de recorde positivo nordestino. Este é o primeiro ano em que quatro times da região (Bahia, Vitória, Sport e Ceará) disputam a Série A no formato com pontos corridos. Equivale a 20% do total de participantes.

Não é pouca coisa, embora a participação do quarteto até agora se resuma a brigar contra o rebaixamento. Como esse modelo privilegia a longevidade e reduziu o torneio a 20 clubes, as equipes nordestinas têm dificuldade de permanecer na elite, ainda mais num cenário em que quatro times se renovam a cada ano.

Pesa a diferença significativa de orçamento em relação a equipes do Sudeste, onde se concentram 53,2% do PIB do Brasil. O Nordeste é responsável por 14,5% das riquezas produzidas no país (completando: Sul 16,9%, Centro-Oeste 9,9% e Norte 5,5%). Os dados são referentes a 2015, mais recentes divulgados pelo IBGE.

Um cenário realista para 2019 é de, pelo menos, repetição da representatividade de 2018, com quatro equipes. Atualmente, Ceará e Sport estão na zona de rebaixamento, compensando  Fortaleza e CSA na zona de acesso. Por ter um jogo a menos e pelo returno que vem fazendo, com a sétima melhor campanha, o Ceará tem chance real de sair do Z4 - assim como o CSA corre risco real de deixar o G4 até o fim da Série B.

Só fará diferença numérica para a região se a saída do Ceará não implicar na entrada do Vitória (ou do Bahia) na zona. Hoje, o Leão aparece imediatamente acima na tabela, em 16º. Se isso acontecer, será um cenário positivo, em que o Nordeste terá cinco times na Série A do ano que vem. Seria um recorde.

O ufanismo está na possibilidade a seguir: Ceará e Sport escapam da zona sem colocar a dupla Ba-Vi nela e Fortaleza e CSA sobem. Nela, o Nordeste teria seis clubes em 2019. Já imaginou o Brasileirão com 30% de representatividade nordestina? A hipótese, no entanto, é exagerada, já que três dos cinco últimos colocados da Série A são da região. Para isso, precisaria que Vitória, Ceará e Sport passassem Vasco e América-MG.

Há também um cenário negativo e, infelizmente, bastante possível: se a Chapecoense passar o Vitória, a configuração atual iria de dois para três nordestinos na zona de rebaixamento. E neste caso nem os dois que estão vindo da Série B fechariam a conta.

Herbem Gramacho é editor de Esporte e escreve às quintas-feiras