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Terapia: um canal sobre histórias reais de pessoas reais que desembarcou na Bahia


 

Projeto tem comunidade com mais de 2 milhões de pessoas no Facebook e quase 500 mil no Instagram

  • Vinicius Nascimento

Publicado em 07/04/2022 às 05:50:00
Atualizado em 23/04/2023 às 00:20:04
. Crédito: Foto: Divulgação

Com mais de 2 milhões de pessoas acompanhando a página no Facebook e quase 500 mil no Instagram, Alexandre Simone e Lucas Galdino chegaram a Salvador buscando boas histórias para o canal Ter.a.pia: "buscamos histórias emocionantes de baianos", disse um dos fundadores do programa que gravou 5 episódios em Salvador entre os dias 21 e 28 de março.

O primeiro deles, com Dona Suzana, fundadora do Re-restaurante, na Gamboa, será disponibilizado nesta quinta (7), no canal do YouTube/terapiahistorias/videos . Dona Suzana teve destaque na série documental Street Food, do Netflix, e tem no seu restaurante um dos pontos turísticos da cidade. Em Salvador, acabaram até gravando uma história a mais do que era previsto.

Um dos idealizadores do projeto, Lucas Galdino contou que o episódio extra veio justamente durante uma das gravações, quando escutavam Luísa, personagem que viveu o drama de perder a mãe justamente quando estava grávida de sua primeira filha.

"A gravidez dela foi acompanhando o momento da mãe dela, que estava doente e ela estava com essas emoções à flor da pele. Ela conta essa história e diz que um amigo compositor escreveu uma música para ela e foi algo muito importante pra ela, aí decidimos gravar com esse amigo, cantando a música que ele compôs", revelou Lucas.

Ele contou que a ideia é fazer conversas para ouvir enquanto lava a louça. Por isso, dispensam roteiros e tentam fazer que os personagens esqueçam das câmeras e foquem em abrir seus corações. 

Na conversa com Dona Suzana, Alexandre Simone contou que chamou atenção a reação dela ao ser perguntada sobre a mãe. Inicialmente, resistiu e pediu para não falar da mamãe por conta da emoção. Minutos depois, ela mesma falou bastante da história e carinho pela mamãe.

"A gente nem veio preparado para perguntar, mas acabou acontecendo e logo ela contava várias histórias da mãe. Foi algo muito lindo", afirmou.

Foi a primeira vez que a dupla partiu para fora de São Paulo em busca das histórias. A maioria das histórias chega pela própria comunidade que eles mantêm, com as pessoas contando seus próprios casos.

Há quatro anos, Alexandre e Lucas, se dedicam a conectar pessoas ao apresentarem a vida de anônimos e personalidades conhecidas do público em uma atmosfera repleta de empatia. As Histórias se desenvolvem em uma tarefa simples do dia a dia: lavar a louça. É nesse ambiente familiar a tantas pessoas que a força da escuta se mostra. 

"É desejo antigo nosso sair do eixo Rio-SP, pois queremos trazer pluralidade para as histórias da página", conta Galdino.

Os dois largaram os empregos na área de comunicação para tocar apenas esse projeto, que começou em 2018 e deve virar livro ainda neste ano e episódios especiais para junho, no mês do Orgulho LGBTQIA+.

"A gente entende que para continuar alinhados ao nosso propósito, é preciso buscar outras narrativas que potencialmente seriam ignoradas em outros espaços", afirmou.

Eles entendem que o papel que têm é criar espaços de acolhimento em tempos de conflito. "Em todas as nossas redes sociais, as pessoas sabem que ali terão oportunidade para uma troca saudável", afirmou.