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Árbitro relata ameaça do presidente do Atlético de Alagoinhas; ele nega


 

Em súmula, juiz de partida contra o Ceará afirmou que Albino Leite invadiu vestiário para cobrar marcação de pênalti

  • Da Redação

Publicado em 21/02/2022 às 16:59:00
Atualizado em 20/05/2023 às 03:19:38
. Crédito: Felipe Santos/CSC

O árbitro que comandou o jogo entre o Atlético de Alagoinhas e o Ceará, pela Copa do Nordeste, relatou em súmula ter sido ameaçado de morte pelo presidente do Carcará, Albino Leite. No texto, o juiz Tiago Nascimento dos Santos afirma que o dirigente "invadiu o vestiário da arbitragem" e "atingiu a honra e dignidade". Albino, por sua vez, nega.

O jogo foi realizado no último sábado (19), pela 6ª rodada do Nordestão, e terminou com derrota do time baiano por 1x0. Aos 33 minutos do segundo tempo, Miller caiu na área e pediu pênalti, mas o árbitro mandou seguir. No minuto seguinte, o zagueiro Lídio mandou contra a própria rede e assinalou o gol da partida.

A não marcação da penalidade gerou reclamação por parte do Atlético de Alagoinhas. E, segundo o árbitro Tiago Nascimento dos Santos, teria motivado a ira de Albino Leite.

"Informo que após o término da partida, o presidente da equipe de Alagoinhas, o senhor Albino Leite, invadiu o vestiário da arbitragem e, de forma grosseira, ofensiva e ameaçadora, atingiu nossa honra e dignidade proferindo as seguintes palavras: "Você nos roubou, como não dar um pênalti desse, tem 10 caras lhe esperando lá fora para você apanhar. Você merece apanhar, você merece morrer filho da p***. Vou ficar lhe esperando lá fora". Sendo contido pelo assistente número um, o senhor Francisco Chaves Bezerra Júnior", diz o árbitro, na súmula.

"Após o ocorrido citado acima, o mesmo ficou batendo o portão do vestiário da arbitragem do lado de fora do estádio, em tom de ameaça, proferindo as seguintes palavras: "Estou lhe esperando aqui fora com os 10 caras seu filho da p***", completa, no registro. Súmula registra suposta ameaça (Foto: CBF/Reprodução) Em contato com o CORREIO, Albino Leite negou as acusações. O presidente do Atlético de Alagoinhas assume que gritou com o juiz, mas que não houve ameaça. Ainda segundo o dirigente, no momento da suposta invasão ao vestiário, ele estaria na área médica com o zagueiro Bruno.

"Eu não ameacei ninguém. Briguei, falei alto, com a não-marcação do pênalti claro. Ele também não expulsou um jogador do Ceará por uma agressão. Quando terminou o jogo, na hora em que o árbitro estava descendo ao vestiário, eu, fora do campo, reclamei com ele. Falei 'desse jeito, vou morrer. Quer me matar?'. Nunca disse que ele iria morrer", afirma.

"Saí de lá e levei o jogador para a clínica. Não teve invasão a vestiário algum. Imagine se vou ficar batendo no portão do vestiário? O zagueiro Bruno precisou levar quatro pontos na boca. E o árbitro não dá cartão. Ele tem que apitar corretamente. Mas não falei nada do que ele declarou. Nesse momento, estava na clínica com o jogador. Quero que ele prove que fui eu. Botaram o que quiseram na súmula", seguiu Albino.

A derrota foi a terceira seguida do Atlético de Alagoinhas na Copa do Nordeste. Com o resultado, o Carcará caiu para a 7ª posição do Grupo A, com quatro pontos. O time volta a campo na próxima quarta-feira (23), dessa vez pela Copa do Brasil, para enfrentar o CSA. O jogo está marcado para às 21h30, mais uma vez no Carneirão.