Assine

Chegou a hora: Jacuipense e Atlético decidem o título do Baianão


 

Após empate na ida, times farão jogo de volta da final neste domingo (10), no Valfredão

  • Giuliana Mancini

Publicado em 10/04/2022 às 05:05:00
Atualizado em 19/05/2023 às 21:58:11
. Crédito: Hilton Oliveira/EC Jacuipense e Atlético de Alagoinhas/Divulgação

É a hora da verdade. O Campeonato Baiano descobrirá, neste fim de semana, quem ficará com o título da edição de 2022. De um lado está o Jacuipense, que sonha com o seu primeiro título. Do outro há o atual campeão, o Atlético de Alagoinhas. O jogo decisivo acontecerá neste domingo (10), às 16h, no Valfredão, em Riachão do Jacuípe.

Na ida, as duas equipes fizeram uma partida emocionante, com direito a pênalti perdido, gol contra e expulsões. O primeiro cartão vermelho veio ainda no primeiro tempo, para Danilo Rios, por derrubar Dionísio na área. O árbitro assinalou a penalidade, Miller bateu, mas Mota defendeu. O meia do Carcará, porém, abriu o placar pouco depois, em chute forte.

Na etapa final, Jerry mandou contra o próprio patrimônio, fazendo o 1x1. E, já nos acréscimos, Edson também foi expulso após cometer falta. No fim, ninguém saiu com a vitória e o confronto ficou no empate.Assim, o título segue sem favorito. Por ter sido o dono da melhor campanha até as semifinais, o Jacuipense ganhou o direito de decidir a taça em casa. A vantagem, porém, para por aí e não se estende ao resultado. Um outro empate, por qualquer placar, leva a decisão para os pênaltis. Se alguém vencer, obviamente, é o campeão.Esse será o segundo ano consecutivo em que duas equipes do interior disputam a final. E, em campo, estarão os dois melhores ataques do Baianão. Comandado por Rodrigo Chagas, o Jacuipense balançou as redes 21 vezes até aqui. Já o Carcará, treinado por Agnaldo Liz, marcou 20 gols. 

Não à toa, as equipes possuem jogadores que brigam pela artilharia da competição. Até aqui, o maior goleador é Miller, do Atlético, com seis gols. Thiaguinho, também do Carcará, e Jeam, do Jacuipense, aparecem na sequência, com quatro gols cada - assim como os já eliminados Deon (Bahia de Feira), Igor Bádio (Unirb) e Rodallega (Bahia).

A taça do Baianão é o grande objetivo, mas não é só ela que está em jogo. O campeão também garantirá uma vaga na fase de grupos da Copa do Nordeste 2023, além da premiação de R$ 135 mil. O vice ficará com R$ 100 mil.

Sonho do primeiro título Anfitrião do duelo decisivo, o Jacuipense nunca havia chegado à uma final do Baianão. Até então, a melhor campanha havia sido um 4º lugar, em 2020. Agora, o clube com 56 anos de existência tem chances de faturar o inédito título, diante de sua torcida e com casa cheia. O Leão do Sisal anunciou que os ingressos do Valfredão já estão esgotados.“É uma responsabilidade enorme, a maior da história do clube. Estamos muito confiantes em fazer um grande jogo, em conquistar o triunfo no tempo normal e não precisar ter disputa de pênaltis. O pensamento é esse. Comissão técnica está muito focada, junto com os jogadores, em fazer um grande jogo. Chegar onde chegamos já foi muito importante, mas não vamos parar por aí. Queremos o título e vamos conseguir”, comemorou o presidente do Jacuipense, Gegê Magalhães.Em toda a competição, o Leão do Sisal teve apenas duas derrotas. Nos 12 jogos disputados, também somou oito vitórias e dois empates, um aproveitamento de 72,2%. Para a partida decisiva, o técnico Rodrigo Chagas deve ter a volta do atacante Jeam, recuperado de lesão. A última vez que o artilheiro da equipe entrou em campo foi há quase um mês, diante do Bahia, ainda na fase de grupos.

“A gente está tentando buscar a melhor equipe para essa partida, já que tivemos alguns problemas. Dentro das opções que temos, procuramos viabilizar a melhor opção. Vamos pensar muito na estratégia, na melhor forma de entrar em campo”, afirmou Rodrigo.

“Que a equipe possa ter um equilíbrio não só emocional, mas tático, defensivo e ofensivo dentro de um jogo de muita importância nas nossas vidas. Espero que a gente possa fazer a melhor escolha, e que possamos entrar com uma equipe bem formatada e competitiva. Depois de tanto sofrimento, dedicação, trabalho e de tanto querer, poder trazer esse título. Ele vai ser de muita importância, não só para nós, profissionais que estamos aqui, mas também para todos os torcedores da cidade de Riachão de Jacuípe”, completou o comandante.

Bicampeonato em jogo O Atlético de Alagoinhas, por sua vez, está em sua terceira decisão seguida. Além de faturar o título do ano passado, o Carcará foi vice-campeão em 2020 (o vencedor foi o Bahia).

Uma nova conquista significaria algo histórico não só na trajetória do clube, como no Baianão. Se conseguir o troféu, o Atlético se torna o primeiro time do interior com dois títulos do estadual em sequência. A única equipe do interior bicampeã é o Fluminense de Feira, mas as taças não vieram em anos seguidos - e sim separadas por seis temporadas, em 1963 e 1969.“Nós temos essa possibilidade de sermos bicampeões e será muito bom se conseguirmos, nesse período consecutivo. Chegamos à final, isso já é um feito muito importante. E consolidar isso com o título seria muito legal. A gente espera que aconteça [o bi], e vamos tentar fazer de tudo para conseguir esse resultado e sairmos, mais uma vez, campeões”, comentou o técnico do Carcará, Agnaldo Liz. No retrospecto pelo Campeonato Baiano, o Atlético sai em vantagem. Foram 11 encontros até aqui, com cinco vitórias do time de Alagoinhas e duas do Jacupa. Outros quatro duelos terminaram com empate. Mas, apesar do histórico favorável e da equipe já ser veterana em finais do estadual, Agnaldo não projeta um confronto fácil.

“Estamos bastante conscientes da nossa responsabilidade, do que vai ser o jogo: tenso, difícil para as duas equipes. Temos um grande adversário, o maior respeito por eles, que estão buscando o título, têm seus méritos. Mas a gente tem a possibilidade de conquistar um bicampeonato. Isso é muito bom, é marcante para a história de todos, para o campeonato, para o interior”.

Agnaldo Liz, aliás, é um velho conhecido de Rodrigo Chagas. Os dois técnicos chegaram a jogar juntos no Vitória na década de 1990. Na época, o treinador do Carcará era zagueiro e o comandante do Jacuipense, lateral direito.