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Série resgata crimes reais além da fronteira brasileira


 

Com oito episódios, programa estrelado por Maeve Jinkings e Rômulo Braga chega à Netflix nesta terça (14)

  • Mari Leal

Publicado em 14/11/2023 às 06:00:00
DNA do Crime é a primeira série policial brasileira da Netflix. Crédito: divulgação

Toda ação, sobretudo criminosa, deixa algum rastro, incluindo informação genética. E essa é a pista principal rastreada pela Polícia Federal do Brasil para resolver uma série de crimes cometidos por grupos organizados com atuação no Brasil e na fronteira com o Paraguai em DNA do Crime, primeira série brasileira de ação policial da Netflix, que estreia hoje na plataforma.

Baseada em crimes reais, a trama começa com um mega assalto a uma casa de valores em Ciudad del Est, no Paraguai. Já no primeiro episódio, muita ação, perseguição, tiro, bomba e carros ‘voando’ demonstram o tamanho da produção e capturam o espectador amante do gênero.

A série tem como protagonistas os atores Maeve Jinkings e Rômulo Braga, interpretes de Suellen e Benício. Juntos, eles, que já haviam contracenado em outras produções nacionais, dão vida a agentes federais apaixonados pela profissão, e que deslocam para o trabalho muito do desejo de realização pessoal.

Enquanto constroem a relação de confiança diante de um cenário investigativo no qual qualquer movimento pode custar a própria vida, ambos revelam dramas pessoais e subjetividades. Suellen e Benício são agentes lotados em Foz do Iguaçu.

Maeve Jinkings e Rômulo Braga fizeram uma imersão nos personagens. Crédito: Netflix

Benício é movido pela sede de vingança pela morte do antigo parceiro de trabalho, enquanto vive o drama de uma relação conflituosa com o filho e questões ligadas à sua própria saúde mental. Suellen retorna ao trabalho após dar à luz e precisa provar sua qualidade e preparação profissional diante em um ambiente profissional feito por homens e para homens.

Os protagonistas vão se revelando ao passo que a investigação avança e o rastreamento genético toma a centralidade da investigação. As amostras vão, aos poucos, comprovando de forma substancial a relação entre crimes cometidos no Brasil e no Paraguai. Na busca de manter o ritmo da produção, são intercaladas cenas de roubos a carros fortes, ameaças concretizadas, disputa de poder entre líderes das facções, assassinatos, armas de grande poder destrutivo e tensões constitucionais de fronteira.

imersão profunda

Para viver seus personagens, os atores mergulharam intensamente no ambiente que inspira a série. “A gente fez um processo intenso. Fomos imbuídos a atacar de várias instâncias diferentes. Questões técnicas relacionadas à Polícia Federal, tiro de standard a gente fez bastante, movimentação tática, conversamos com diversos tipos de policiais diferentes, não só a PF. Tivemos uma série de treinamentos, informações”, diz Rômulo Braga.

A preparação contou ainda com o mergulho na proposta dos personagens. “Tivemos outro estudo mais subjetivo, que é a partir do roteiro, das questões dos personagens, com orientação da direção da preparação. Cada um colocando a sua metade nessa proposta de construção coletiva. É um processo contínuo, desde a primeira leitura do roteiro até o último dia de filmagem”, completa o ator.

“Eu fui deixando cair uma série de preconceitos. Acho que isso sempre acontece nos estudos de personagens. Particularmente nessa série, até onde conseguia enxergar, eu tinha pouca convergência com esse ponto de vista no mundo. Hoje compreendo mais e com mais empatia o que está agindo sobre eles”, reflete Jinkings, que encarnou sua primeira policial na dramaturgia.

A atriz destaca também a presença da sua personagem em um ambiente majoritariamente e historicamente masculino, tanto nas polícias quanto no gênero policial enquanto produção audiovisual.

“É incrível como a série consegue colocar isso sobre o tabuleiro e falar, de alguma maneira, em meio de cenas de ação, da mulher. É um dilema que mulheres de todas as profissões vivem. Como concilia maternidade e a realização profissional? Como a realização profissional te preenche? E as demandas que a gente cresce achando que tem? O tal instinto materno... e como a Suellen também se vê perdida em meio às demandas que não necessariamente correspondem ao que ensinaram para ela”, acrescenta a atriz, que, ao longo do processo, também dialogou sobre a questão com mulheres que ocupam cargos na polícia.

Com oito episódios, DNA do Crime tem criação e direção geral de Heitor Dhalia, roteiro de Bernardo Barcellos e Bruno Passeri, produção de Manoel Rangel e Egisto Betti e realização da Paranoïd.