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Incêndio assusta moradores de conjunto residencial em Brotas


 

Pessoas deixaram residências por causa de fumaça intensa

  • Tailane Muniz

Publicado em 19/02/2019 às 18:09:00
Atualizado em 19/04/2023 às 11:42:07
. Crédito: Foto: Almiro Lopes/CORREIO

Moradores do Conjunto Residencial Magalhães Neto, no bairro do Engenho Velho de Brotas, em Salvador, precisaram sair de suas casas depois que um incêndio atingiu parte da vegetação localizada nos fundos do condomínio, que fica ao lado da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam).

Em uma cadeira de rodas, a aposentada Amália Ferreira, 80 anos, que sofre de hipertensão e problemas cardíacos, deixou o apartamento, no 3° andar de um dos prédios, para se livrar da grande quantidade de fumaça que tomou conta do local.

A idosa, que mora no residencial há mais de 40 anos, disse que não é a primeira vez que surge fogo no lugar."Todo ano é assim, eu desci porque estava sentindo meu olho arder, e porque estava ruim respirar lá", contou ao CORREIO.Filha de Amália, a segurança Joélia Ferreira, 48, confirmou a informação da mãe. "É sempre nesse período do ano. Mas dessa vez foi maior do que o de costume. Espero que pare logo", acrescentou. (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) De acordo com os condôminos, o fogo começou por volta de 14h e, logo que eles sentiram que a proporção das chamas e da fumaça aumentou, chamaram o Corpo de Bombeiros que, ainda segundo eles, demoraram cerca de meia hora para chegar.

Dentro do condomínio, os bombeiros largaram mangueiras no chão e saíram para reabastecer a viatura.

Segundo a dona de casa Irecine Souza, 51, também moradora do local, as chamas nunca tinham alcançado grande intensidade. "Hoje foi de assustar, eu estou aqui com medo, porque nunca se sabe. Fora que essa fumaça é muito tóxica, a gente sabe que não é bom ficar respirando esse ar", destacou Irenice.Já no final da rua Padre Luís Filgueira, principal da região, os bombeiros trabalhavam utilizando um carro Auto Bomba Tanque Salvamento (ABTS), de onde retiram água. (Foto: Almiro Lopes/CORREIO) Só em janeiro deste ano, foi registrado um aumento de 43,6% nos casos de incêncio em vegetação em Salvador e região metropolitana.

Ação criminosa Fundadora e presidente do Núcleo Assistencial para Pessoas com Câncer (Naspec), Romilza Medrado afirmou que o fogo é reincidente no local.

 "No mínimo, acontece cerca de três vezes por ano. É uma ação criminosa, realizada por usuários drogas, e ninguém faz nada para mudar isso". 

Segundo ela, a unidade atende a 72 pacientes, entre adultos e idosos, com câncer de todo o estado. "Agora estão todos amontoados no escritório com o ar-condicionado ligado para tentar escapar disso", afirmou, enquanto acompanhava o trabalho dos bombeiros. 

Em nota enviada à imprensa às 18h30, o Corpo de Bombeiros Militar da Bahia (CBMBA) informou que duas equipes ainda trabalhavam no combate ao fogo na vegetação do local.  "As guarnições atuam em duas frentes, uma pela Avenida General Graça Lessa (Ogunjá) e outra pelo Engenho Velho de Brotas. Não há vitimas e as causas ainda são desconhecidas", conclui a nota.

Por meio da assessoria, por volta das 19h20, no entanto, a corporação informou que o fogo estava controlado.