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Flávio Novaes: Armadilhas em um conto de fadas

  • D
  • Da Redação

Publicado em 23 de fevereiro de 2015 às 06:36

 - Atualizado há 2 anos

As recentes comemorações pelos 26 anos do segundo título nacional, como se Bodas de Ouro fossem, de um casamento de conto de fadas, revelam o diminuto mundo a que se resumiram o Bahia e sua torcida. Teve até retransmissão do jogo via Twitter. Com devidas chacotas. No WhatsApp, recebo a mensagem do amigo Eduardo Penedo: “Perguntei no tuíter ao Baêa q hora a delegação campeã brasileira iria chegar, queria dar um abraço em Maracajá”. E aí? “Não responderam. Vou esperar a transmissão da Libertadores”. Compreensível. O processo de autoafirmação segue buscando momentos da brilhante história. No presente, fogos estouram após a virada contra um time do interior potiguar. Na década de 90, o clube se aproximou de finais. Mas a partir do terceiro milênio, com a necessidade do profissionalismo para se adequar a um novo calendário, mergulhou na crise. As séries inferiores se tornaram íntimas e a autodefesa surgiu naturalmente. “Sou bi brasileiro” virou um mantra, em qualquer situação. Uma geração inteira se acostumou a só dizer isso, porque não tem mais nada a dizer. O presidente, no Facebook, acertadamente, chamou para a discussão: “É para comemorar e também para refletir: por que estamos há 26 anos sem ganhar título nacional? O que eu posso fazer para ajudar o Bahia?”, perguntou. Mudar a cultura, Marcelo. Além de conseguir as certidões negativas, claro. E uma nova cultura significa respeitar atletas - o que não se resume a não atrasar salários -, pagar fornecedores, pensar grande. Não achincalhar Lucas Fonseca. Não perder energia com musas. Pautar e não ser pautado. Não depender de um título nacional do Vitória. Aqui, ponto parágrafo. Alcançar o rival é o que move. Impulsionou o Inter a se igualar ao Mundial do Grêmio, o Atlético a buscar a Libertadores do Cruzeiro e o Corinthians a alcançar a América, o que já haviam feito Santos, Palmeiras e São Paulo. No Rio, os do Tapetense também perseguem a Libertadores dos grandes Flamengo e Vasco. Que o Vitória faça o favor. Já esteve bem próximo. Mais do que a campanha de 93, foi em 99 a chance de ouro. Um clube organizado, estrutura invejável, base forte. Falta querer. Então, é o desafio: sair da zona de conforto sem estar atrelado ao sucesso rubro-negro. Lembrar com orgulho dos títulos nacionais, mas não evocá-los para encobrir insucessos. Olhar pra frente. Bom que se diga: nunca antes na história deste clube houve um trabalho tão bom no Marketing.  Domingo vamos ganhar. Põe os meninos da base para pegar experiência no decadente campeonato. Melhor que emprestá-los ao Flamengo. Mas, diante do que se tem visto lá atrás, com um ex-jogador em atividade, podemos até ser goleados. Caso aconteça, que se perca com dignidade, sem bater no escudo e mostrar as duas estrelas.Flávio Novaes  é jornalista