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O Brilho Internacional do Cinema Negro da Caatinga 

  • D
  • Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2022 às 14:30

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: .

Um filme de narrativas, sons e fotografias das insurgências negadas na cinematografia nacional, transfluindo o ideário Sertão de gente se movendo ao Sul olhada pelos que miram o Norte em desilusão. Lançado, em 2021, pela produtora Ajayô Filmes, de nossa autoria e co-direção com o cineasta Harrison Araújo. O documentário premiado “Terras que Libertam – histórias dos Cupertinos” contemporiza o Povo Negro no viver, sentir, sonhar e lutar muito além das memórias preservacionista do Morro do Pai Inácio no Parque Nacional da Chapada Diamantina no município de Lençóis.  

As estreias do filme documentário “Terras que Libertam – histórias dos Cupertinos”, em setembro no 15º Encontro de Cinema Negro Zózimo Bulbul: Brasil, África, Caribe & Outras Diásporas no Rio de Janeiro (Brasil), e em outubro, no 18th Montreal International Black Film Festival (Canadá), celebra o brilho ancestral do bioma Caatinga nas memórias do Cinema Negro baiano. 

O registro começou ao ser apresentado, no ano de 2005, aos mestres Julio Cupertino e Jaime Cupertino na Conferência Nacional de Meio Ambiente em Brasília, momento que fui tomado pela sapiência dos insurgentes quilombolas no Planalto Central, em reinvindicação das terras, territórios e denunciando os crimes ambientais contra as nascentes, rios e o projeto de barragem no Quilombo de Vazante no município de Seabra. Em 2007, estava no Quilombo de Vazante no Encontro de Cultura e Fé na terra ancestral dos Cupertinos em comunhão na defesa das terras e das águas da Caatinga. 

A luta dos Cupertinos e demais quilombolas da Chapada é a mesma dos Povos Indígenas pelo direito negado nos barramentos hidrelétricos no Rio São Francisco em nome do crescimento energético e econômico nacional. Que volta com a política das energias renováveis através dos parques eólicos que invadem os chapadões negando direitos territoriais quilombolas às comunidades tradicionais, agricultores familiares e invisibilizando o Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca PAN-Brasil. 

O passado, presente e futuro confluem na cinematografia negra baiana ao registrar e internacionalizar a luta pela liberdade quilombola e nos alertando para a degradação ambiental, cultural e social do bioma Caatinga e seu povo. 

Uma das marcas desse registro é a sapiência do Mestre Jaime Cupertino que nos alerta que a “liberdade é coisa séria e nós ainda não temos liberdade em nossas comunidades, municípios, estado e país”. Sua conquista dependerá de toda coletividade querer viver bem. Que Terras que Libertam mova liberdades nas telas nesses tempos de transição humanitária planetária. 

Diosmar Filho é geógrafo-documentarista, pesquisador da Iyaleta, autor do livro "A Geopolítica do Estado e o Território Quilombola no século XXI", e direção do documentário "IGI OBA NILE - Memórias de Mãe Raidalva".

Opiniões e conceitos expressos nos artigos são de responsabilidade dos autores