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Da Redação
Publicado em 4 de julho de 2022 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Desde o século XIX, com o início da Revolução Industrial, nosso planeta - aliás, o único que temos - vem sofrendo crescente degradação ambiental com o uso excessivo de recursos naturais, que resultou em temperaturas mais elevadas e que está mudando padrões do clima, desequilibrando a natureza.>
Essas alterações climáticas vêm sendo sentidas em todas as partes do mundo com a ocorrência de chuvas torrenciais, enchentes, prolongadas secas e grandes incêndios florestais.>
Esses efeitos estão cada vez mais presentes também em nosso país, a exemplo das intensas chuvas registradas em dezembro passado em Salvador e no interior baiano e, mais recentemente, em Recife, ocorrências que resultaram em inúmeras perdas de vida. >
Diante da evidente calamidade, governos e instituições vêm se mobilizando para traçar metas e planos de modo a evitar graves consequências que se avizinham. Durante a Cúpula das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, em setembro de 2015, por exemplo, foram adotados por 193 países os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma agenda mundial, formada por 17 objetivos e 169 metas a serem atingidos até 2030.>
Essas metas conferem importância à resiliência e a capacidade de adaptação dos agrupamentos humanos frente aos riscos associados ao clima e às catástrofes naturais. De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), os impactos da alteração climática estão desregulando economias nacionais e afetando pessoas em todos os lugares, principalmente aquelas em situação de maior vulnerabilidade nos países subdesenvolvidos, contribuindo para insegurança alimentar e pobreza.>
Esse grande desafio exigirá investimentos imediatos na adoção de políticas e mitigação e alternativas para adaptação aos fenômenos climáticos. Tornando-se paradigma neste campo, a cidade de Nova Iorque enfrentou há 10 anos a fúria do furacão Sandy que resultou na morte de 43 três pessoas e prejuízo de US$32 milhões.>
Fazendo o dever de casa na adoção de medidas para a contenção da crise climática, a cidade norte-americana vem aplicando estratégias preventivas em áreas vulneráveis como a demolição de um parque no sul da ilha de Manhattan para posterior reconstrução três metros acima do nível atual. >
Salvador também vem se integrando aos esforços de redução dos efeitos adversos do aquecimento global. Em 2019, sediamos a Semana do Clima da América Latina e Caribe, voltada a acelerar a implementação do Acordo de Paris e da Agenda 2030. Os resultados do encontro foram levados para a Cúpula sobre a Ação Climática, organizada pela Secretária-Geral da ONU, em Nova Iorque. >
Um ano após a realização do evento, em 2020, foi lançado na capital baiana o Plano de Mitigação e Adaptação às Mudanças do Clima (PMAMC), com 57 ações propostas para o curto, médio e longo prazo, baseado em estratégias para a melhoria do clima em Salvador e ampliação da resiliência de sua população.>
Todas essas questões sintetizam os desafios ambientais a serem enfrentados e, como um alerta, replicamos a fala de tantos especialistas: se nada for feito, podemos chegar a um ponto sem volta. Se nada for feito, as consequências dessas mudanças serão inevitáveis e irreversíveis. Mas ainda há uma luz no final do túnel. Com coordenação política e apoio da tecnologia, é possível reduzir as emissões que impulsionam as mudanças climáticas, como a mudança dos sistemas de energia de combustíveis fósseis para renováveis, como solar ou eólica. Mas temos que começar agora>
Sosthenes Macêdo é bacharel em Direito e Turismo e diretor-geral da Defesa Civil de Salvador.>