Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Wanda Chase
Publicado em 4 de agosto de 2020 às 17:35
- Atualizado há 2 anos
(Fotos: Reprodução e Elias Dantas/Alô Alô Bahia) Perdemos Portuga. Sem o L, mesmo. Era assim que eu chamava o professor, o poeta, o meu amigo Jorge Portugal. Uma dor, uma dor que não dá para descrever. Um aperto no coração, um vazio na alma… >
Conheci Portuga quando ainda nem morava em Salvador, nas minhas vindas do Recife já ouvia falar no professor fera de Português e Redação. Quando mudei pra cá nos tornarmos grandes amigos. A paixão dele por Santo Amaro da Purificação me chamou atenção. Logo conheci a mãe dele, Dona Da Paz, uma senhora divertida, enérgica… Com uma voz rouca, contava histórias hilárias de Jorge - como ela chamava - da amizade com Roberto Mendes e o que eles aprontavam. Tudo isso regado a um farto café da manhã feito por ela.>
Depois saíamos pelas ruas da cidade para passear, sempre tinha uma pessoa especial para apresentar. Com ele tive o privilégio de conhecer dona Edith do Prato, Dona Nicinha do Samba, Seu Pequeno, Fernando Rasta (do samba de roda)... Enfim, a cultura de Santo Amaro da Purificação. >
A última vez que nos vimos foi no dia 4 de janeiro deste ano, na festa do Terno Filhos do Sol, da família Velloso. Eu estava com minha amiga Cristina Costa. Foi uma festa quando ele nos encontrou e haja conversa e gargalhadas. >
Na última segunda-feira (3), ele foi embora e deixa um vazio. Não temos uma foto juntos. Portuga deixa uma saudade imensa. Vou guardar a imagem dele por toda minha vida. Não tive como me despedir dele, fisicamente, porque há mais de quatro meses não saio de casa. Mas, quando ele estiver agora de volta à sua amada Santo Amaro, vou agradecer a Deus por tê-lo conhecido. Obrigada, amigo-mestre. Nunca vou esquecer da deixa do quadro que fizeste na TV Bahia: “É assim que se fala, é assim que se escreve.”.>
*Wanda Chase é jornalista e apresentadora>