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Thais Borges
Publicado em 25 de setembro de 2025 às 14:37
Com procedimentos como lipoaspiração, rinoplastia, silicone e cirurgia das pálpebras, o Brasil se tornou o segundo país que mais realiza cirurgias plásticas no mundo, de acordo com a Pesquisa Global Anual sobre procedimentos estéticos e cosméticos, divulgada pela Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética (Isaps) em junho. As intervenções são buscadas tanto por mulheres quanto por homens, que já são mais de 30% do público. >
A popularização e os preços mais acessíveis, contudo, são pontos de alerta no momento de decidir sobre o procedimento, bem como na escolha do profissional e do local onde realizar a cirurgia. >
Ao CORREIO, a médica Giulia Godoy, cirurgiã plástica pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, deu dicas sobre os principais pontos para se informar antes da cirurgia. >
Informações essenciais sobre o médico: O primeiro passo é consultar o número do CRM do especialista no Conselho Regional de Medicina - no caso da Bahia, o Cremeb. Este é o registro do profissional e será a confirmação de que a o médico é realmente formado na área, onde cursou a residência médica, a especialização em Cirurgia Plástica, se ele é membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e o principal, se não tem nenhuma denúncia ou impedimento para atuar.>
Experiência no procedimento em específico: Segundo Giulia, é muito importante que o cirurgião escolhido tenha especializações no procedimento que o paciente quer fazer. Cada tipo de intervenção é único e exige experiência e capacitação do especialista. >
Pesquise resultados reais, não só nas redes sociais: outro alerta da cirurgiã plástica é quanto ao perigo de confiar apenas em resultados postados nas redes sociais. “Tudo ali pode ser fabricado, criado com Inteligência Artificial. Por isso, é de suma importância que você busque conversar com pacientes e pessoas reais que operaram com o especialista. E fale não só sobre o resultado, mas como foi a internação? O atendimento? A conduta do especialista?", orienta. >
Antes da conversa com o médico, pesquise os prós e contras dos procedimentos: “Nem todos os médicos são sinceros sobre os riscos das cirurgias – e todo procedimento envolve certo risco. Por isso, recomendo que o paciente pesquise na internet os prós e contras da intervenção desejada e questione isso na primeira consulta. Caso o médico fuja dessas respostas, é um sinal de alerta para você não avançar. É função do médico munir o paciente de informações”, explica Giulia Godoy. >
Analise a estrutura do local onde a cirurgia será realizada: Outra medida importante é visitar o hospital para checar as instalações e conhecer a equipe que irá realizar o procedimento, como o anestesista e o instrumentista. “Além disso, pergunte se haverá outro cirurgião na sala. Apesar da cirurgia ser realizada apenas por um, a participação de um segundo redobra a segurança para o paciente”, acrescenta Giulia Godoy. >
Desconfie de preços muito abaixo do mercado: Valores muito baixos são um sinal de alerta. A dica é pesquisar e pedir vários orçamentos, assim como o que está incluído em cada cada precificação. De acordo com Giulia, a popularização dos procedimentos aumentou o número de golpes e também de casos de negligência.>
Converse com médicos de sua confiança, ainda que de outra especialidade: “Muitas análises sobre a qualidade do especialista e do local da cirurgia são mais difíceis de serem feitos pelo paciente, por ser leigo no assunto. Mas nós, médicos, conseguimos ter um olhar mais amplo, por isso indico conversar com outros médicos que você já consulta e pedir indicações”, finaliza Giulia Godoy. >