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Thais Borges
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 11:22
Muitos estudantes veem a prova de Redação como a parte mais desafiadora do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). De fato, a pontuação nessa etapa pode ser decisiva para a classificação final ou mesmo para a eliminação de um candidato. >
Mas é possível seguir alguns passos estratégicos para garantir clareza, coerência e impacto na redação e, assim, conseguir uma nota. A professora Danielle Capriolli, coordenadora de Língua Portuguesa do Ensino Médio da Escola Bilíngue Pueri Domus, integrante das Escolas Premium do Grupo SEB, elaborou cinco passos para isso. >
1. Domínio da norma culta >
A avaliação não se limita à ortografia. Os avaliadores analisam pontos como concordância verbal e nominal, pontuação e acentuação, além da organização das orações. Segundo a docente, o domínio da norma culta se constrói com estudo e leitura frequente, que auxiliam na memorização de palavras e no uso correto em diferentes contextos. >
2. Estrutura dissertativo-argumentativa >
A prova do Enem exige um modelo bem definido: quatro parágrafos, sendo um de introdução, dois de desenvolvimento e um para conclusão com proposta de intervenção. >
Na introdução, o estudante deve apresentar o tema; nos parágrafos centrais, os argumentos que demonstram a existência do problema; e no encerramento, uma solução viável, detalhando meios de aplicação e agentes responsáveis. >
A proposta de intervenção precisa contar com cinco elementos obrigatórios: Ação (o que deve ser feito); Agente (quem fará essa ação, a exemplo de governo, escolas, famílias, ONGs, mídia etc); Modo/meio (como a ação será feita); Efeito (qual a consequência/objetivo da medida); Detalhamento (especificar melhor para mostrar viabilidade). >
3. Interpretação da proposta >
Ler com atenção os textos motivadores é indispensável, mas sem copiar trechos. O desempenho depende de uma combinação entre interpretação, repertório sociocultural e experiências pessoais, como leituras e vivências. “É o momento de mostrar o conhecimento construído ao longo do Ensino Básico”, diz Danielle. >
4. Planejamento e coesão >
A dica para organizar as ideias antes de escrever pode garantir clareza e progressão lógica. Incluir conectivos, como conjunções, advérbios e expressões conclusivas, é importante e mantém a fluidez. >
“Cada parte da dissertação deve ter função clara: introduzir, desenvolver e concluir. No último parágrafo, termos como ‘portanto’ e ‘dessa forma’ ajudam a marcar o fechamento”, orienta a professora. Ela também alerta que não são permitidos desenhos ou marcas que identifiquem o candidato. >
5. Leitura constante >
Por fim, ter uma rotina de leitura ampla e diversificada é sempre uma das principais formas de se preparar. “Vale tudo: de obras obrigatórias dos vestibulares a bulas de remédio”, diz a professora. Além dos livros, a especialista recomenda podcasts e canais de notícias para ampliar vocabulário e repertório, elementos que enriquecem a argumentação. >
Por fim, Danielle ressalta que os temas propostos no Enem sempre dialogam com a realidade brasileira. “Referências internacionais são bem-vindas, desde que conectadas ao contexto nacional. O repertório se constrói ao longo da vida, por meio de experiências e estudos. Lembrar dessas diretrizes fará diferença no dia da prova”, conclui. >