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Publicado em 31 de agosto de 2024 às 11:00
A cada dia os noticiários são invadidos por informações preocupantes sobre inundações que devastam cidades inteiras, incêndios que destroem matas e grandes alterações nas temperaturas, o que há muito tempo é motivo de preocupação para a ONU. A crise climática já é, de fato, uma ameaça para o nosso futuro e o questionamento do momento é: o que fazer e como colocar em prática um plano de enfrentamento? >
O primeiro passo é buscar informação confiável. Para isso, o EducaMidia lançou gratuitamente o ebook “Educação midiática e crise climática” , com sugestões de ações para o enfrentamento, direcionadas a professores e estudantes. “O ebook surgiu como uma inspiração para trazer algumas ideias para os educadores, que cada vez mais precisam e estão realmente interessados em discutir temas ligados à mudança climática. A gente tem, infelizmente, muitas tragédias como a do Rio Grande do Sul, que acabam também nos empurrando para a necessidade desse debate acontecer na escola”, comenta Daniela Machado, coordenadora de Educação do Instituto Palavra Aberta.>
O objetivo do ebook é ampliar o debate e abrir a possibilidade de uma visão crítica sobre o tema. Por isso, apresenta sugestões de atividades e até de projetos um pouco mais longos que podem ser desenvolvidos na escola, mas com muita flexibilidade.>
É proposital que este material não seja um plano de aula detalhado. Esse processo, defende a educadora, tem mais eficácia junto aos estudantes, que acabam abraçando as discussões, sobretudo, se a atividade se relacionar, de alguma maneira, com a realidade da comunidade em que eles estão inseridos. Dentro deste cenário, cabe aos professores identificarem em seus currículos elementos locais que possam ser incluídos nas atividades.>
Quando se fala em crise climática não se pode deixar de pensar em educação midiática. Isto porque o tema aparece constantemente envolto por negacionismo, fake news e meias verdades.>
Daniela Machado ressalta que há uma parcela da sociedade que questiona se realmente há mudança climática e existem, ainda, todos os interesses econômicos por trás desta pauta, principalmente vindos dos países mais industrializados e que, de certa forma, resistem mais a acordos para reduzir a emissão de gases de efeito estufa. Ou seja, há um amplo conceito informacional que precisa ser lido com muita criticidade e reflexão.>
Também do lado da criação e produção de conteúdo, a educação midiática pode auxiliar, fazendo com que os estudantes sejam incentivados ao uso mais positivo e qualificado dos canais de comunicação disponíveis, a exemplo das redes sociais, porque podem ampliar o debate sobre essas questões de interesse global, gerando mais engajamento e mobilização em torno delas.>
Desenvolver o hábito de interrogar a informação, ao invés de simplesmente consumir e repassar. Observar de quem é a autoria; se essa pessoa tem autoridade no assunto (pesquisador, instituto, universidade, grupo da sociedade civil que já atua na área);>
Verificar qual é a natureza do conteúdo: é a opinião de alguém ou é um fato noticiado?>
Estimular estudantes a usarem fontes confiáveis: pesquisadores, agência do clima junto às Nações Unidas, sites e perfis nas redes sociais que são, sabidamente, divulgadores de informações baseadas em ciência e dados verificados. Um bom canal é o perfil no Instagram Mentira tem preço (@mentiratempreco), que combate desinformação sobre meio ambiente e discursos de ódio, veiculados em conteúdos de sites, blogs ou aplicativos de mensagem.>
Não acreditar em tudo que chega, pois hoje com os recursos de inteligência artificial qualquer imagem pode ser forjada e montada;>
Em casos de vídeos virais, sempre ir em busca de novas informações, checar se existem pesquisas e documentos sobre o assunto e suas origens. Na dúvida, não repassar!>
Considerar que a crise climática é um tema que atinge outras áreas, portanto, escola pode buscar maneiras de tratar o assunto em diversos disciplinas e oportunidades geradas por seus currículos>