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'Quero um envelhecimento saudável', diz bailarina e surfista baiana de 70 anos

Teresa Cintra dá aulas de ballet durante a semana e faz aulas de surf no final de semana

  • Foto do(a) author(a) Carolina Cerqueira
  • Carolina Cerqueira

Publicado em 25 de maio de 2025 às 11:00

Teresa Cintra dá aulas de ballet para crianças e adultos
Teresa Cintra dá aulas de ballet para crianças e adultos Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Mulher, mãe e bailarina. É assim que Teresa Cintra, aos 70 anos, se descreve. O ballet é a sua profissão. Depois de uma jornada como bailarina pelo mundo, ela passa as segundas e quartas dando aulas para adultos e crianças em um estúdio em Salvador. Para deixar a história ainda mais interessante, ela passa os finais de semana surfando.

No espaço onde as aulas acontecem, com o cabelo loiro preso e o collant, a saia, a meia-calça e a sapatilha de ballet, Teresa descreve a trajetória desde os 16 anos, quando ingressou no curso de formação do Royal Ballet School, em Londres. A paixão pela dança fica evidente, assim como o seu papel de professora exigente e o orgulho ao ver a evolução das alunas.

O ballet para ela é coisa séria. Sempre foi. “A gente tinha aula de ponta, de solo, de repertório clássico e até de mímica e maquiagem para palco. Era uma rotina puxada, com ballet de verdade, muito diferente das formações que a gente vê hoje no Brasil”, diz ela, que já atuou como bailarina também na Alemanha, Holanda, Portugal e Estados Unidos.

A descontração fica para o surf. Diz, com orgulho, que foi a primeira surfista mulher de Salvador. Mas nunca competiu. “É meu hobby, minha terapia”, explica ela, que faz aulas junto com os três netos, tendo o mais novo 3 anos.

Teresa faz aulas de surf com os netos
Teresa faz aulas de surf com os netos Crédito: Arquivo Pessoal

Nas ondas de Jaguaribe, ela aplica no surf o equilíbrio e a postura que também aplica no ballet. “Posso apontar semelhanças, só não posso apontar o que gosto mais. O que dá para dizer é que o ballet foi mais forte na minha vida”, diz Teresa.

A união das duas paixões é tão forte que ela estampou na prancha uma foto do próprio pé, elegante e em ponta, revestido por uma sapatilha de ballet e uma meia-calça. O bom-humor é uma das características notáveis logo de cara em Teresa, assim como a ausência de papas na língua.

Ela diz o que pensa e não poupa críticas às aulas de ballet da concorrência. Foi dona do Ballet Teresa Cintra, que funcionava na Pituba, de 1998 a 2020, quando o espaço fechou as portas e Teresa retornou à Europa para dar aulas por lá.

“O cenário é muito difícil. Minha filha fez ballet quando pequena e eu nunca a incentivei a levar isso como profissão. É muito difícil”, lamenta. Mas, ao mesmo tempo, agradece que a mãe, Solange Cintra, a tenha incentivado e a deixado ir aos 16 anos para Londres. Hoje, aos 96 anos, Solange é uma das alunas de Teresa no espaço Casa Viva, em Patamares, desde que a bailarina retornou ao Brasil, no ano passado.

O projeto, apoiado pelos três filhos, é uma tentativa de reerguer o sonho de Teresa, que sempre foi ter o estúdio próprio. Também está na lista de desejos erguer um teatro e retomar o projeto de aulas de ballet para crianças carentes que mantinha com a mãe no Pelourinho.

Teresa diz que busca um envelhecimento saudável, sem medo da idade
Teresa diz que busca um envelhecimento saudável, sem medo da idade Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Marcas da idade

Toda a vida de Teresa acontece em função do ballet. “Nunca parei de dançar”, enfatiza ela. O corpo está mais do que acostumado aos movimentos suaves, precisos e marcantes do ballet. Os 70 anos não são empecilhos para a desenvoltura, pelo contrário.

Ela rasga elogios ao potencial da dança de manter o corpo e a mente saudáveis. É o ballet, aliado ao surf, ao acompanhamento constante com fisioterapeuta e à boa alimentação que faz todo mundo se impressionar quando ela diz a idade e conta que é bailarina e surfista. Sem esquecer da musculação que, mesmo sem gostar, pratica como se estivesse tomando um remédio.

Isso tudo, diz ela, é para envelhecer de forma saudável. Vaidade ela diz que não tem. Sem o costume de usar maquiagem, alega que o batom rosa foi passado somente para as fotos que foram tiradas para acompanhar este texto. O destaque fica, então, com os olhos claros acinzentados e as unhas vermelhas, que se misturam às marcas do tempo na pele.

Teresa garante que não faz questão de escondê-las. “Eu nunca tive problema com o envelhecimento. Faz parte, é isso aí. Tenho amigas que não gostam de divulgar por aí que são avós, pois eu adoro, adoro ser avó, adoro dizer que sou avó”, destaca a bailarina e surfista.

O que ela faz questão, em relação à aparência, é de permanecer magra. Conta que tem tendência a engordar e compartilha experiências que teve na Europa. “Me disseram que eu era excelente bailarina, mas que não tinha corpo de bailarina e, sim de brasileira, com quadril largo. Foi aí que comecei a restringir minha alimentação e cheguei a pesar 36kg”, lembra.

Hoje, mantém uma alimentação saudável, mas baseada mesmo no equilíbrio. “Eu não deixo de comer o que quero, não deixo de fazer nada. Se tiver mocotó e sarapatel, que eu adoro, eu como. Só que vou comer pouquinho e, claro, vai ser uma vez ou outra”, pondera Teresa.

Serviço

O que: Aulas de ballet para crianças e adultos

Onde: Espaço Casa Viva - Rua Bicuíba, número 55, Condomínio Colina A, Patamares

Quando: Segundas e quartas, com opções de 8h às 20h30

Quanto: De R$260 a R$340

WhatsApp: 71 99171-0554

Instagram: @studioteresacintra