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Da Redação
Publicado em 25 de maio de 2021 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
O setor industrial baiano tem enfrentado sucessivas crises e dificuldades crescentes, há pelo menos uma década, que o levaram a reduzir expressivamente sua fatia na economia estadual. Uma rápida conferência nos índices de participação da indústria no Valor Adicionado Bruto do Estado da Bahia é reveladora: passou de 27,1% em 2010 para 21,5% em 2018 – este é o último dado disponível de conta regional do IBGE. Uma redução de 5,6 pontos percentuais em apenas oito anos.>
Esse processo fica evidenciado também por notícias de encerramento de atividades de plantas industriais, a exemplo do Complexo da Ford, no início deste ano. Fato que está comprometendo os números da indústria baiana, que registrou queda de 19% na produção industrial, segundo dados da Pesquisa Industrial Mensal – Produção Física, do IBGE.>
A perda de dinamismo no setor industrial explica parte importante do baixo desempenho da economia baiana. Nos últimos dez anos (2011 a 2020), o PIB da Bahia encolheu em termos reais. Enquanto a economia brasileira registrou desempenho ruim, com crescimento acumulado de apenas 2,7%, a Bahia decresceu 1,3% na última década.>
Importante destacar que a indústria é o setor dinâmico das economias, pois seu desenvolvimento impulsiona os outros setores, demandando, por exemplo, serviços sofisticados na área de pesquisa, desenvolvimento e inovação, para os quais o Sistema FIEB tem orgulho de contribuir, por meio do SENAI Cimatec. Além disso, é preciso abrir os olhos para o fato de que, por trás do excelente desempenho do agronegócio do Brasil e da Bahia, há muito trabalho do setor industrial no campo dos fertilizantes, dos sistemas de irrigação, dos defensivos e das cada vez mais sofisticadas máquinas agrícolas.>
Por sua clara importância para a economia, o setor industrial merece mais atenção e ação. É vital que a Bahia se torne um ambiente mais atrativo aos negócios, que estimule o empreendedor e a iniciativa privada. No curto prazo, isso passa por um programa de desburocratização, aumento de eficiência da máquina pública e agressividade na política de incentivos fiscais.>
Em termos estruturais, precisamos melhorar significativamente os indicadores educacionais do estado, viabilizar os necessários projetos de infraestrutura, como logística, suprimento de energia e água, internet banda larga e telefonia 4G e 5G, entre outros, e estimular investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação. É através do estímulo aos empreendedores e aos investimentos que se combate a informalidade e o desemprego, melhorando, consequentemente, as condições de vida da população.>
Entendemos que a economia da Bahia, inclusive o setor industrial, pode ter desempenho muito melhor. Nosso estado possui um potencial econômico invejável, com muitas riquezas minerais, amplo território agriculturável, recursos hídricos, maior litoral do país, atrativos turísticos e culturais, entre tantas outras coisas. Mas, também temos muitas fragilidades e desafios a superar. Para tanto, o primeiro e mais importante passo é reconhecer esses problemas e lembrar que o investimento nas pessoas é a base de todo e qualquer exemplo bem-sucedido de desenvolvimento socioeconômico.>
O Indústria Forte é uma realização do Correio, com o patrocínio da CF Refrigeração, Jotagê Engenharia, Unipar, Tronox, Bracell, o apoio da AJL Locadora, Wilson Sons, Sotero Ambiental, Larco, SINDIMIBA e o apoio institucional da FIEB e Prefeitura de Camaçari.>
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