Acredite! Existem mais Marcianos que Terráqueos na Bahia

Nomes ‘diferentões’ incluem 88 mil Jenifers e dezenas de ‘Craudias’ e ‘Craras’; ‘Vitórias’ goleiam ‘Bahias’ 

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  • Gabriel Moura

Publicado em 10 de fevereiro de 2019 às 05:00

- Atualizado há 10 meses

. Crédito: Foto: Reprodução

Foto: Reprodução/History Channel Sim, existem mais Marcianos que Terráqueos no Brasil, e com uma diferença tão grande quanto a distância entre os planetas, diga-se de passagem. Quem diz isso é o IBGE, que no Censo mais recente calculou 22.106 pessoas com o nome “Marciano” e 14.302 “Marcianas” (mais de 36 mil, no total), contra menos de 15 “Terráqueos” e “Terráqueas”.

No entanto, caso você ache que esses “Marcianos” e “Marcianas” sejam, na verdade, extraterrestres infiltrados, mantenha a calma. Primeiro porque Marte ainda não decidiu nos contra-atacar, ao menos oficialmente. E depois, porque a Bahia é o 5º estado onde esses nomes (ou invasores) são menos populares.

Em 2010, ano do último censo, existiam apenas 523 “mulheres de Marte” e 794 “homens do planeta vermelho”. É o caso do professor de Física Marciano Santos, que tem 30 anos terrestres. Ele garante que veio ao mundo neste planeta mesmo.“Eu nasci em Manuel Vitorino, aqui na Bahia. Meu nome está ligado à dupla sertaneja João Mineiro e Marciano, que fez sucesso na década de 80. Então, como meu avô chamava João, para combinar, colocaram meu nome como Marciano. Não tem nenhuma relação com supostos habitantes de Marte”, brinca.O cantor que deu origem ao nome do professor, inclusive, faleceu no último dia 18 e, tudo indica, é o responsável pela invasão marciana da década de 1980, quando 8.654 bebês foram registrados com essa alcunha interplanetária. Cantor Marciano, sucesso nos anos 80, inspirou vários pais na hora de escolher o nome do baby (Foto: Reprodução/Instagram) De outros mundos E não é só na disputa entre “Marcianos” e Terráqueos” que nosso planeta tem perdido na preferência dos brasileiros, na hora de nomear seus filhos. Em 2010, ao lado de Mercúrio, a Terra era o planeta do Sistema Solar com o menor número de nomes em sua homenagem (menos de 15). O mais popular é Vênus, com 234, seguido por Urano (150), Saturno (143), Marte (129), Júpiter (86) e Netuno, com apenas 33.

Mas as surpresas não param por aí. O mesmo estudo revela que, naquele ano, existia uma mulher chamada “Homem” e 23 homens chamados “Mulher”. Além disso, uma menina chamada “Menino”, mas nenhum menino chamado “Menina”. Em compensação, 87 mulheres têm esse nome. Foto: Reprodução Já na Bahia, caso você escute alguém na rua gritando “Senhora”, corre o risco de não ser o famoso meme (não conhece? clique aqui), mas sim alguém chamando outra pessoa pelo nome. O estado é o segundo em que mais existem mulheres chamadas “Senhora” e o primeiro onde há mais homens chamados “Senhor” – 290 e 16, respectivamente. 

Engraçado que a maioria das pessoas com esses nomes nasceram até 1960. Ou seja: existem senhores chamados Senhor e senhoras chamadas Senhora. Foto: Reprodução O quinze Sobre esse estudo, é importante salientar que aparecem apenas nomes que tenham mais de 15 pessoas chamadas desta maneira. Outro detalhe é que o levantamento é do Censo de 2010, ou seja, de lá para cá podem ter havido mudanças.

Um exemplo que ilustra isso é que naquele ano existiam 454 “Neymares” e não precisa ser nenhuma Mãe Dináh para adivinhar que atualmente existem muito mais pessoas com esse nome. Foto: Reprodução As moças do Tinder Além de Neymar, outro nome que faz muito sucesso hoje é o de Jenifer. Existem 88 mil e 584 mulheres chamadas assim e que estão sendo extremamente pirraçadas por causa do hit deste Verão.

Importante dizer que existe esse número de “Jenifers”, mas, como você sabe, a criatividade do brasileiro para nomes não tem limite e, claro, existem as variações, como as mais de 26 mil “Jennifers”, 16 mil “Jeniffers” e até 284 “Jennyffers”. Foto: Reprodução Sem criatividade  No entanto, se algumas pessoas foram extremamente criativas na hora de nomear as suas “Jenifers”, outras não tiveram esse dom na hora de registrar os filhos.

Existem 35 pessoas chamadas “Nome”. Sim, tipo quando você vai criar uma conta e coloca a sua senha como “senha”. Também existem 109 pessoas com o nome “Pessoa”. Foto: Reprodução ‘Erou!’ Além da falta de ideia, alguns pais podem sofrer de outro problema na hora de chegar no cartório: a pronúncia errada do nome de seus filhos. Talvez graças a isso existam 148 “Craudias”, 1757 batizados como “Grabiel” e 47 “Craras”.

Por falar em Crara, ou melhor, Clara, existem quase 83 mil mulheres com esse nome, contra 4.343 “Gemas”.

Outros “opostos” são 34 “Dias” contra menos de 15 “Noites”. 527 “Sóis” contra menos de 15 “Chuvas”, mais de 9.500 “Floras” e menos de 15 “Faunas”. Foto: Reprodução Bahia ou Vitória, afro? Já sobre os dois maiores times de Salvador, os números dos nomes do IBGE contrariam as pesquisas de torcida.

Em um levantamento do Ibope realizado em 2018, o Tricolor de Aço aparecia com uma torcida 68% maior que a do Leão da Barra. Mas em relação aos nomes, o Vitória ganha de goleada: 369 mil contra apenas 80 – uma diferença de 461.250%. Foto: Reprodução/Arquivo CORREIO *Com supervisão do editor João Gabriel Galdea.