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Wendel de Novais
Publicado em 8 de outubro de 2025 às 10:03
Um ano após o desaparecimento da trancista Tainara dos Santos, que não teve seu corpo encontrado desde então, um ato vai cobrar a Justiça pela resolução do caso na manhã de quinta-feira (9), na Câmara Municipal de Cachoeira, cidade onde Tainara vivia e desapareceu. O objetivo do ato é manter viva a memória da trancista e cobrar respostas das autoridades. >
A vítima foi vista pela última vez em 9 de outubro de 2024 na companhia do ex-companheiro, George Anderson. Desde então, não há evidências sobre seu paradeiro e, segundo a advogada de defesa da jovem, ela já foi dada como morta. O caso já é entendido como feminicídio com ocultação de cadáver, extorsão e descumprimento de medida protetiva. George está preso, mas ainda haverá o julgamento. >
Tainara desapareceu em Cachoeira há um ano
De acordo com a família da vítima, ela se relacionou com o suspeito por seis anos em meio a brigas e agressões. Antes de desaparecer. a jovem chegou a registrar queixa contra ele, denunciando o relacionamento abusivo e as violências sofridas. Por conta da falta de resolução do caso, haverá uma aula pública na câmara contra o machismo e o feminicídio. >
Relato da família >
Os depoimentos dão conta de que o casal vivia um relacionamento abusivo e o homem proferiu diversas ameaças contra a vítima ao logo do namoro, incluindo ameaças de morte. A trancista tinha uma medida protetiva ainda vigente contra o ex no dia do crime. >
"O irmão a viu com o ex e percebeu que o comportamento estava diferente. Eles chegaram a ir num cartório para ela passar o nome da casa dela para ele. Depois, Tainara não foi mais vista", diz a advogada. >
"Ele trocou o depoimento várias vezes, chegou a dizer que ela foi sequestrada, mas a verdade é que há provas de que ele era violento com ela há muito tempo. Houve quebra de sigilo no processo e foram encontradas mensagens dele a chamando de vadia. Ele não aceitava o término. Ameaçava matar ela e a família, bateu na mãe dela", detalha. >
Tainara tinha duas filhas, uma delas, de apenas 2 anos, fruto do relacionamento com George. As crianças estão sob tutela da avó. O caso já foi investigado pela Polícia Civil e o Ministério Público da Bahia (MP-BA) denunciou George, que está detido em Feira de Santana. >