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'BioLuz': estudantes de Alagoinhas criam prótipo que gera energia através do solo

Iniciativa é feita por alunos do segundo ano do Instituto Federal Baiano

  • Foto do(a) author(a) Gilberto Barbosa
  • Gilberto Barbosa

Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 05:00

BioLuz é desenvolvido por estudantes do segundo ano do Ensino Médio
BioLuz é desenvolvido por estudantes do segundo ano do Ensino Médio Crédito: Arquivo Pessoal

Em Alagoinhas, uma estudante do segundo ano do Instituto Federal Baiano se questionou sobre a possibilidade de gerar energia elétrica através das plantas. A curiosidade virou pesquisa, onde percebeu que a sua hipótese poderia ser concretizada. Ela chamou quatro amigos de turma e, juntos, criaram o projeto ‘BioLuz’, no último mês de agosto.

Os alunos são orientados pelo professor José Honorato Ferreira Nunes, que explica que o objetivo é a construção de um protótipo responsável pela geração da energia elétrica. O equipamento ainda está na sua fase inicial de testes, com a ideia inicial de acender uma lâmpada de LED e aumentar a produção para o abastecimento em larga escala.

“Na prática é o solo que fornece a eletricidade. O cobre e o zinco servem como condutores de energia enquanto a planta funciona como uma espécie de bateria, reforçando os microrganismos presentes naquele ambiente. Vamos precisar de um tempo para maturar os primeiros resultados positivos que tivemos, mas a intenção é conseguir escalar essa produção, levando energia para uma praça ou locais rurais onde a energia ainda não chegou”, diz.

O objetivo é criar um protótipo que gere eletricidade através do solo por Arquivo Pessoal

O projeto começou a ser desenvolvido com o objetivo de integrar o programa Solve For Tomorrow Brasil, realizado pela Samsung. A temática foi proposta pela estudante Michele dos Santos, 16 anos. Ela conta que estava em casa com sua mãe, que brincou sobre a possibilidade das plantas gerarem energia. O comentário atiçou a curiosidade da jovem que, após pesquisas, descobriu que a ideia poderia se tornar realidade.

“O professor chegou até a mim com o programa pensando em outro projeto que eu estava fazendo. Mas eu não achei que seria legal e lembrei da ideia das plantas. Escrevi o documento de inscrição em duas semanas e convidei meus amigos de turma, que toparam participar”, lembra.

Os encontros com o professor são realizados às sextas-feiras. Os estudantes também aproveitam os momentos em que não estão nas aulas, para fazer correções e atualizações no equipamento, feito com materiais coletados pelo grupo como garrafas de água sanitária, que servem como vaso, fios de cobre e zinco. Um outro objetivo é que o protótipo possa ser replicado por outras pessoas.

“Esse é um projeto que traz um conhecimento interdisciplinar muito grande para os alunos. Além dos estudos de física e eletrônica, eles tiveram aulas de botânica e biologia para aprender sobre o funcionamento do solo. Vamos fazer vídeos educacionais e cartilhas para que outras escolas possam fazer. Isso já faz com que tudo isso valha a pena”, segue Honorato.

“A ideia surgiu com alguns problemas do dia a dia, já que a falta de iluminação diminui a sensação de segurança e aumenta o risco de acidentes, por exemplo. Desde o início conversamos que não é sobre apenas acender uma lâmpada ou acender um LED, mas também unir a sustentabilidade, a inovação e a curiosidade científica”, completa Michele.

Em sua 12ª edição, o Solve For Tomorrow Brasil tem o objetivo de estimular a criação de equipamentos com base na metodologia STEM (sigla em inglês para Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática) para solucionar problemas e atender demandas da sociedade. O BioLuz ficou entre os 20 semifinalistas do programa.

“O grande brilho do programa é essa curiosidade e o desenvolvimento do projeto que eles fazem e com isso geramos autonomia e protagonismo para os jovens, porque eles aprendem a aprender. Eles desenvolvem uma curiosidade e pensamento crítico que não para nessa edição, mas que seguem para o resto da vida e para os vários desafios que eles vão enfrentar ao longo do tempo”, afirma o diretor de ESG e Cidadania Corporativa da Samsung para a América Latina, Helvio Kanamaru.

Acostumado a tocar projetos de pesquisa no IF Baiano, Honorato classifica a participação no BioLuz como uma experiência gratificante. Na sua visão, essas iniciativas aumentam o engajamento dos alunos que podem ter uma experiência prática daquilo que aprendem em sala de aula.

“Ver a motivação dos alunos em participar e em aprender é o mais importante. Eu não queria orientá-los no início, por estar envolvido com doutorado e outras atividades, mas ver o interesse deles no dia a dia me motiva e mostra o quanto a educação é transformadora”, finaliza.

“Eu nunca tinha participado de um projeto antes e criei um afeto muito grande pelo BioLuz. Quero que o máximo de pessoas possível possa conhecê-lo, porque está sendo uma experiência muito boa e que eu estou muito feliz em participar. Nunca imaginei estar em uma iniciativa como essa e isso ficará marcado para o resto da minha vida”, diz o estudante Thiago Menezes, 16 anos.

“Foi realmente uma coisa muito nova, mas que foi muito boa. Eu acho que esse projeto tem muito potencial e está sendo uma grande experiência. Tô muito feliz de estar participando e essa é uma bagagem que eu vou levar para a vida”, completa a aluna Natália São Pedro, 16.