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Murilo Gitel
Publicado em 25 de maio de 2021 às 06:00
- Atualizado há 2 anos
Instituídos pela ONU em 2015, os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) são um conjunto de 17 indicadores ambientais, sociais e econômicos que devem ser atingidos em todo o planeta até 2030. Para isso, o setor privado tem papel fundamental.>
Com a responsabilidade ambiental entre os seus valores, a Sotero, que atua no setor de limpeza urbana de Salvador, tem reforçado o seu compromisso com os ODS, atendendo a 11 das 17 metas estabelecidas. Atualmente, a empresa utiliza nos caminhões com motorização Euro 5, o combustível Diesel S10 que é menos poluente. Em paralelo, houve investimentos em mini-varredeiras sustentáveis, que são 100% elétricas e não utiliza nenhum combustível fóssil. Além disso, o serviço de limpeza e coleta dos resíduos tem a destinação de uma forma ambientalmente apropriada, sendo descartados no aterro metropolitano centro de Salvador, onde recebe todo tratamento ambientalmente adequado.>
Na área da mineração, a indústria baiana também tem incorporado os ODS e ainda conceitos como ESG (Environmental, Social and Governance, em português, Ambiental, Social e de Governança) na estratégia do negócio, o que contribui para dar mais qualidade de vida às comunidades onde estão inseridas, além de agregar um valor competitivo cada vez mais demandado pelo mercado.>
Um bom exemplo vem de Jaguarari (a cerca de 400 km de Salvador), onde a Mineração Caraíba ajuda a desenvolver iniciativas como o Projeto Atelier da Fulô, que fortalece o empreendedorismo (ODS 8) e auxilia na promoção da igualdade de gênero (ODS 5). “Com muito amor e dedicação estamos conquistando nosso espaço e gerando renda para o nosso sustento. O apoio e parceria da Mineração Caraíba têm sido essenciais, nos proporcionando novas oportunidades e ampliando nossos horizontes”, destaca a artesã Gislane Oiveira.>
Projetos diversificados Companhia que movimentou mais de R$ 1 bilhão em 2020 e mantém mais de 3.200 empregos, a Mineração Caraíba também tem programas destinados à produtividade de pequenos agricultores (ODS 2), educação e formação profissional (ODS 4), prevenção e tratamento de doenças (ODS 3) e acesso à água (ODS 6).>
Na mesma linha, a Vanádio de Maracás apoia as ações realizadas pelas comunidades vizinhas e, além disso, desenvolve os seus próprios projetos em áreas como empreendedorismo feminino (ODS 5), estímulo à educação de qualidade (ODS 4) e promoção da saúde (ODS 3). Já em Brumado e Santaluz, a RHI Magnesita abraça iniciativas ambientais, culturais e educacionais. No total, R$ 2,6 milhões foram investidos com recursos próprios e também por meio de leis de incentivo.>
Ações organizadas Destacam-se ainda projetos de mineradoras como a Ferbasa, que mantém seis escolas em quatro cidades, o que totaliza mais de 4.500 estudantes (ODS 4); da Atlantic Nickel, com ações em Itagibá de reaproveitamento e tratamento de água (ODS 6), incentivo à cultura e ao esporte; e da Yamana Gold, a qual já realizou desde 2017 mais de 150 iniciativas em Jacobina e região, como construção de espaços comunitários e aquisições de ambulâncias.>
Outras empresas do setor minerário com atuação na Bahia também investem em projetos de sustentabilidade, conforme demonstra o “Sumário de Ações Sustentáveis da Mineração Baiana 2020”, publicação organizada pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM). O documento contempla iniciativas das 14 empresas deste segmento com os maiores índices de arrecadação de Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) no estado.>
Mineração engajada O presidente do Sindicato das Indústrias Extrativas de Minerais Metálicos, Metais Nobres e Preciosos, Pedras Preciosas e Semipreciosas e Magnesita no Estado da Bahia (Sindimiba), Paulo Misk, observa que a sustentabilidade é um dos pilares do trabalho da mineração, algo que é possível graças a estudos contínuos e ao permanente desenvolvimento de novas tecnologias.“Temos no Sindimiba um grupo de trabalho exclusivo sobre sustentabilidade, onde todas as associadas participam. É uma grande central de troca de ideias de boas práticas, discussões sobre o cenário atual e as perspectivas para o futuro. Todas as associadas desenvolvem e apoiam projetos de responsabilidade social e ambiental nas comunidades de seus entornos”, reforça Paulo Misk. Diferencial competitivo Hoje em dia é muito difícil que uma empresa consiga obter crédito e atrair investidores, principalmente no mercado internacional, se não tiver como comprovar seus indicadores em sustentabilidade. A opinião é da gerente de Meio Ambiente e Responsabilidade Social da Fieb, Arlinda Coelho. Segundo ela, as organizações que ainda deixam de perceber essa realidade precisam incorporar essas práticas.>
“É um requisito mercadológico. Para você colocar qualquer produto seu de uma forma competitiva, seus indicadores nessa área precisam estar monitorados e rastreados. As empresas hoje em dia realizam a análise de viabilidade técnica e econômica de seus produtos ao lançá-los, e dentro dela consideram os aspectos ambientais e sociais que os envolvem, processos produtivos e as matérias-primas utilizadas”, observa Arlinda.>
Agente indutora A Fieb, que atua como agente indutora da sustentabilidade no setor industrial baiano, estimula o segmento no estado de diversas formas. Um exemplo é a realização do Prêmio Fieb de Desempenho Socioambiental da Indústria Baiana, que em novembro chegará a sua 12ª edição, cujo objetivo é reconhecer as melhores práticas das empresas desse setor no estado, em áreas como Tecnologias Limpas, Programas Socioambientais e Micro e Pequenas Empresas. Além disso, a instituição, no caso das grandes companhias, acompanha as agendas executiva e legislativa com foco em sustentabilidade para o setor industrial e ajuda no monitoramento dos processos de renovação de licenciamento ambiental por meio do diálogo com os órgãos ambientais e o Ministério Público, quando necessário. Em relação às micro e pequenas empresas, a Fieb presta auxílio na articulação com organizações com Sebrae e Senai, além de assessorar em questões de autorização e condicionantes ambientais.“Sustentabilidade é, sem sobra de dúvida, uma vantagem competitiva que afeta diretamente a imagem, contribui para a obtenção de crédito, reduz perdas e aumenta a lucratividade”, defende Arlinda Coelho.Quatro oportunidades fundamentais para a sustentabilidade das empresas:Projetar/Reprojetar os produtos com base na sustentabilidade: pensar nas matérias-primas utilizadas, adotar o ecodesign, otimizar funções e observar quais diferenciais podem ser agregados até chegar ao consumidor final; Repensar mercados: saber redirecionar o negócio a depender dos cenários. Exemplo: em vez de vender carros, oferecer serviços com carros (leasing, etc.); Valorização dos subprodutos: em vez de gerar resíduos, as empresas precisam se preocupar com os seus subprodutos, otimizando suas linhas de produção e definindo, previamente, a destinação que dará aos seus subprodutos: reutilização, reciclagem, etc; Reengenharia de processos: o modelo mental da indústria precisa considerar a escassez dos recursos naturais ao conceber os negócios, promovendo, quando necessário, a reengenharia de processos baseada nos processos da sustentabilidade. O Indústria Forte é uma realização do Correio, com o patrocínio da CF Refrigeração, Jotagê Engenharia, Unipar, Tronox, Bracell, o apoio da AJL Locadora, Wilson Sons, Sotero Ambiental, Larco, SINDIMIBA e o apoio institucional da FIEB e Prefeitura de Camaçari.>
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