Comissão vai à China avaliar impacto ambiental de estrutura prevista para ponte Salvador–Itaparica

Em meio às discussões sobre o custo crescente e impactos ambientais da ponte Salvador–Itaparica, representantes da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) e do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) embarcam nesta sexta-feira (25) para uma missão técnica na China. A viagem tem como foco a análise da Plataforma Linear Provisória (PLP), estrutura que será utilizada na fase inicial da obra baiana.

A equipe vai até a província de Zhejiang para visitar dois empreendimentos chineses que já aplicaram a mesma metodologia construtiva. O objetivo é observar os impactos ambientais causados pela PLP e entender quais medidas foram adotadas para mitigar danos aos ecossistemas. A comitiva permanece no país asiático até o dia 2 de agosto.

A ponte, que promete ligar Salvador à Ilha de Itaparica por 12,4 km sobre a Baía de Todos-os-Santos, é um dos maiores projetos de infraestrutura em andamento no país. O custo inicial da obra saltou de R$ 6,3 bilhões, estimados em 2020, para R$ 10,4 bilhões atualmente. Desse total, R$ 5,07 bilhões sairão dos cofres públicos baianos, após negociações intermediadas pelo Tribunal de Contas do Estado.

Segundo o governo, a missão ambiental é uma etapa necessária do processo de licenciamento. “Vamos observar in loco como a Plataforma Linear Provisória foi implantada, quais medidas mitigadoras foram adotadas e de que forma elas podem ser adaptadas à realidade ambiental da Baía de Todos-os-Santos”, afirmou André Ferraro, chefe de gabinete da Sema, que integra o grupo.

Também participam da viagem o coordenador de Infraestrutura do Inema, José Antônio Lacerda, e o técnico especialista Félix Barreto. Para Lacerda, a experiência chinesa pode trazer "elementos valiosos" à avaliação técnica do projeto baiano.

O projeto executivo da ponte deve ser concluído nos próximos meses. A previsão atual é que as obras comecem em até um ano. O canteiro será instalado em Salvador e Vera Cruz, na Região Metropolitana.

A construção é de responsabilidade da concessionária formada por empresas brasileiras e pelas gigantes chinesas CCCC e CCECC, envolvidas na construção da ponte Hong Kong–Macau, considerada a maior do mundo.