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Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2021 às 00:31
- Atualizado há 2 anos
Se ganhar um prêmio é bom, imagine ser finalista duas vezes. Foi o que aconteceu nesta sexta-feira (30) com o CORREIO. A reportagem O sertão é feminino, de Fernanda Santana, foi a vencedora do Prêmio Semear Internacional de Jornalismo, e a matéria Pérola do sertão, de Hilza Cordeiro, ficou com o quarto lugar na mesma disputa. >
“Numa das oito casas sem reboco da Lagoa do Boi, área rural de Várzea do Curral, distrito de Queimadas, oito mulheres vendem hortaliças plantadas por elas e vizinhos.” Assim começa a reportagem que levou o maior prêmio na categoria Jornal Impresso. Fernanda Santana contou a história de mulheres que estão fazendo a diferença no sertão baiano, ajudando a reerguer a economia local.Leia aqui a matéria de Fernanda Santana, vencedora do prêmio: Depois da maior seca da história, mulheres reinventam Sertão durante a pandemia Leia aqui a matéria de Hilza Cordeiro, 4ª colocada no prêmio: Pérola do sertão: licuri começa a entrar com força na alta gastronomia e cosmética de luxo Autora da reportagem 'O sertão é feminino', Fernanda Santana venceu o Prêmio Semear Internacional de Jornalimo “É muito recompensador ver essa reportagem ser premiada. Pelo prêmio e reconhecimento, claro, mas também por ter sido a vencedora uma matéria sobre a força e o trabalho das mulheres sertanejas durante um dos momentos mais difíceis da história do sertão - a pandemia. Fico muito feliz que o meu trabalho e o das mulheres entrevistadas na reportagem tenham ganhado esse espaço”, afirmou Fernanda Santana. As duas matérias destacaram a força da mulher baiana (Foto: reprodução) A reportagem conta os desdobramentos do Projeto Pró-Semiárido, que oferece apoio financeiro, técnico e social para 62 mil famílias. A iniciativa começou em 2014 e é subsidiada pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), da Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com o governo do estado. Mas a reportagem não se ateve apenas às questões econômicas.>
“Às mulheres sertanejas, sempre coube um papel duplo: o de labuta na terra e de afazeres domésticos. O patriarcado tradicionalmente tenta ofuscar o primeiro na sombra do segundo”, diz Fernanda. A reportagem foi publicada em junho do ano passado.>
Ela contou que começou a pensar na pauta no início da pandemia, por conta da seca que atingia o sertão, e que a reportagem foi surgindo aos poucos, à medida que conversava com moradores e técnicos que atuam na região. “Conversei com seis mulheres que iniciaram, cada uma de uma forma, ações de impacto social em suas comunidades. Acredito que todo mundo pode aprender e se inspirar um pouco nas histórias de Joelma, Dona Maria, Adelânia, Monique, Patrícia e Regina”, disse.>
Prêmio O Prêmio Semear Internacional é uma iniciativa do Fida e premia matérias jornalísticas e reportagens produzidas e veiculadas na mídia local e/ou nacional que mostram Boas Práticas Rurais implementadas por projetos que são apoiados pela instituição. A organização não divulgou o número de trabalhos inscritos, mas afirmou que todos foram de alta qualidade.>
A repórter Hilza Cordeiro também foi finalista com uma reportagem que contou sobre a produção, a transformação e a venda do licuri, e como o coquinho típico das feiras livres está ganhando o mercado internacional e sendo usado na alta gastronomia, em acessório e até como componente da indústria de cosméticos. A matéria, publicada em maio deste ano, ficou com a quarta colocação. Hilza Cordeiro é autora da reportagem sobre a produção, transformação e venda do licuri, e como ele tem ganhado o mercado internacional “Estou muito feliz e quero correr para compartilhar essa felicidade com as mulheres sertanejas que entrevistei para a matéria. As histórias delas e as transformações que elas têm realizado é que nos permitiram estar nesse ranking. Foi a primeira vez que me inscrevi em um prêmio e, pessoalmente, representa muito para mim estar nessa lista porque o sertão é meu território de origem, onde nasci, e acredito muito na agricultura familiar para o desenvolvimento rural e a emancipação de mulheres”, afirmou Hilza.Veja a videorreportagem que acompanhou a edição online da matéria O prêmio foi dividido em quatro categorias: Impresso, Internet, Rádio e TV, sendo que os primeiros colocados receberão, cada um, R$ 12.5 mil, enquanto os segundos lugares serão contemplados com R$ 5 mil. Edição impressa da matéria de Hilza Cordeiro (Foto: reprodução) Conteúdo diferenciado A editora responsável pela edição do fim de semana do CORREIO, Mariana Rios, contou que a premiação é um reconhecimento também para o trabalho jornalístico mais analítico que vem sendo construído desde 2019.>
“A equipe do CORREIO tem se dedicado a um produto diferenciado no mercado que reúne grandes reportagens com pautas que dialogam com nossa cultura e povo. A intenção é que o leitor se reconheça nos assuntos que trazemos, e que no final de semana ele possa se dedicar a uma leitura curiosa e mais analítica sobre os temas que são a nossa cara", afirmou.>
A edição de fim de semana circula sábado e domingo e apresenta reportagens exclusivas, como explica a editora-chefe, Linda Bezerra. “A gente busca, de fato, conteúdos exclusivos ou um olhar especial sobre a informação. A edição é variadíssima e atende à pluralidade dos nossos leitores. A Bahia é cheia de assunto, e o jornal reflete isso. Todas as pessoas da redação se dedicam à edição, e quero agradecer a cada um. O prêmio é o reconhecimento do trabalho em equipe.”>
A edição de fim de semana é pensada de forma articulada entre texto, arte e fotografia, além do engajamento em redes sociais, num espaço de construção coletiva na redação. O núcleo de criação reúne profissionais de todas essas áreas para pensar e apresentar o conteúdo de uma forma única e pensando sempre na experiência do leitor.>
O núcleo do fim de semana reúne ainda Flavia Azevedo (conteúdo), Sora Maia (fotografia), Iansã Negrão e Morgana Miranda (design), Axel Augusto, Quintino Brito (diagramação). Há também responsável pelo engajamento do conteúdo nas redes sociais o trabalho de Wladmir Lima e Jorge Gauthier. O CORREIO já coleciona mais de 50 reconhecimentos em prêmios de jornalismo, inovação, design e marketing - mais da metade deles são prêmios internacionais, em que chegou a superar jornais como New York Times, The Guardian, Washington Post e Folha de S. Paulo. Entre os prêmios estão o Esso, Petrobras, Embratel, Tim Lopes, Vladimir Herzog, INMA e SND.>
Houve empate na terceira colocação. Confira a relação dos vencedores: >
Categoria Impresso>
1º lugar: Jornal Correio (BA) – O sertão é feminino 2º lugar: Jornal A União (PB) – Energia solar impulsiona cooperativas no semiárido 3º lugar: Jornal A União (PB) – Mulheres transformam o semiárido 3º lugar: Jornal A União (PB) – Investimento e conhecimento mudam vidas 4º lugar: Jornal Correio (BA) – Pérola do sertão 5º lugar: Jornal da Cidade (SE) – Identidade cultural e segurança alimentar caminham juntas>
Categoria Internet>
1º lugar: Portal Instituto Mulheres Jornalistas – O combate à fome nas regiões semiáridas 2º lugar: Site Eco Nordeste (CE) – Agricultores familiares são estimulados 2º lugar: Site Tribuna Hoje (AL) – Agricultores de Alagoas ganham autonomia 3º lugar: Site Conexão Safra (ES) – A voz das invisíveis 4º lugar: Site Ideia Positiva (PB) – No campo da pandemia 5º lugar: Site Jornal da Mídia (BA) – A Revolução das Cadernetas>
Categoria Rádio>
1º lugar: Rádio Tabajara (PB) – Flor de Mandacaru 2º lugar: Rádio Quiterianópolis (CE) – Mulheres, identidade e comunidades tradicionais 2º lugar: Rádio TCM 95 FM Mossoró (RN) – Renascença – A arte de tecer o semiárido 3º lugar: Rádio Antares AM (PI) – série especial com três reportagens 4º lugar: Rádio Universidade (MA) – Projeto Dom Helder Câmara ajuda a transformar 5º lugar: Rádio BandNews FM (MG) – A tradição das sempre-vivas e o manejo sustentável>
Categoria TV:>
1º lugar: TCM TV Mossoró (RN) – Renda Renascença – As tecelãs da esperança 2º lugar: TV Aratu (BA) – Guardiões de sementes – Em defesa de um patrimônio 2º lugar: TV Fortaleza (CE) – Caminhos do novo sertão 3º lugar: TV Sergipe (SE) – Escola familiar agrícola na região do Baixo São Francisco 4º lugar: TV Aratu (BA) – Caderneta Agroecológica 5º lugar: TV Clube (PE) – Agricultura familiar em Orobó>