Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Entenda como punição de Dom Pedro a Pernambuco ‘criou’ o Oeste baiano

Monarca se irritou com levante republicano dos pernambucanos, iniciado em 2 de julho 1824

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 2 de julho de 2025 às 06:30

Bandeira da Confederação do Equador Crédito: Reprodução

As terras que hoje correspondem às cidades de Barreiras, Luís Eduardo Magalhães, Barra, Cariranha e tantas outras do Oeste da Bahia, que são indispensáveis para a força econômica do estado, nem sempre foram território dos baianos. Registros oficiais e historiadores apontam que, antes de pertencer a Bahia, era Pernambuco que comandava essas bandas, mas deixou de ter poder sobre elas a partir de uma punição de Dom Pedro I.

Com o nome de Comarca do São Francisco, o atual Oeste Baiano passava pela atual cidade de Barreiras e ia até Cariranha. A Comarca ainda abrangia Casa Nova no norte do estado, logo após a cidade pernambucana de Petrolina. Segundo o historiador Pablo Iglesias, doutor em História Social pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), essas terras pertenciam, ainda no Brasil Colônia, à capitania da Bahia.

A partir do século 18, por motivos pouco evidenciados, a Comarca de São Francisco passa a fazer parte de Pernambuco, por decisão de Portugal. É também por conta dos portugueses, desta vez por meio de Dom Pedro I e seus liderados que haviam recém-iniciado o Brasil Império, que essas terras são arrancadas de Pernambuco como forma de punição pelo ideal republicano alimentado por parte da população pernambucana.

Em 2 de julho de 1824, os pernambucanos criaram a Confederação do Equador, que tinha o objetivo de se tornar uma alternativa ao poder centralizador e autoritário do império brasileiro. Esse modelo de governo tornaria os atuais estados de Pernambuco, Paraíba, Ceará, Rio Grande do Norte e o pedaço oeste da Bahia – que à época era de Pernambuco – independentes para serem republicanos e darem fim à escravidão.

Adiantado aos planos dos pernambucanos, Dom Pedro I, com uma só canetada, deu fim ao movimento cinco dias depois do seu início. “O governo devia estar bem-informado do que acontecia em Pernambuco, porque eles se manifestaram primeiro e, no dia 7 de julho de 1824, arrancaram parte da província de Pernambuco. Inicialmente, ela foi para Minas Gerais e só depois, em 1827, é anexada a Bahia”, conta o historiador Pablo Iglesias.

Como parte do território baiano, a antiga Comarca de São Francisco é, hoje, o principal polo agrícola do Nordeste. Com tamanho equivalente ao Uruguai, o Oeste baiano é destaque no cultivo de grãos e de algodão, além de detentor de uma renda per capita maior do que a média do próprio estado.