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Da Redação
Publicado em 23 de maio de 2009 às 21:10
- Atualizado há 2 anos
Só existem três causas possíveis para a queda do avião bi-motor em Trancoso, na Bahia, na noite de sexta-feira (22). A afirmação é do coordenador geral do Instituto do Ar da Universidade Estácio de Sá, comandante Márcio Silva Reis ao portal G1. “O avião só bate antes da pista por três motivos: vento, perda de controle por uma pane séria ou por um tipo de acidente que chamamos de CFIT (Controled Flight Into Terrain), ou seja, o piloto achava que estava em uma determinada condição e não estava”, explica. >
De acordo com o especialista em aviões bimotores e de pequeno porte, o fato de existir boas condições de voo não elimina a possibilidade de o piloto ter tido problemas por causa do tempo instável. “Essa chuva pode ter sido localizada, por um curto pedaço de tempo, e ter tirado a visibilidade do piloto na aproximação”, diz. >
No entanto, os técnicos do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DCEA) descartaram a possibilidade de falta de visibilidade por enquanto. Foram realizados testes visuais num avião da Força Aérea durante à tarde na pista do aeroporto e simulados vários pousos, mas nenhum problema de visibilidade foi detectado. >
Uma equipe da Aeronáutica investiga as causas do acidente. As informações até o momento são de que o avião King Air B350 era seguro e não apresentava aparentemente nenhum problema. “Para o fim que ele se destina, que são vôos médios de até 4 horas, ele é seguro, tem motorização de turbina e mais a hélice. É muito bem equipado”, disse Reis. >
Ainda de acordo com a Aeronáutica, a aeronave havia acabado de passar pela inspeção anual de manutenção e não apresentava problemas. O piloto, Jorge Lang Filho, chegou a pedir autorização para o gerente da pista, James Souza, para aterrisar. >
O pouso, no entanto, não foi possível já que o bi-motor que decolou às 18h30 do aeroporto de Congonhas caiu por volta das 21h, a cerca de 150 metros da cabeceira do aeroporto privado do complexo hoteleiro Terravista, na Costa do Descobrimento. >
Excesso de pesoO avião transportava 14 pessoas, quatro a mais que a capacidade permitida para o modelo da aeronave. Não houve sobreviventes. Os corpos já foram reconhecidos por meio de relógios, jóias e pertences dos passageiros, mas é aguardada a confirmação científica das identidades das vítimas. >
'Essa confirmação só poderá ser feita através de exame de DNA ou da arcada dentária já que os corpos estão carbonizados', explicou Raul Barreto Filho, diretor do Departamento de Polícia Técnica (DPT) de Salvador. >
Ainda de acordo com o DPT, parentes das vítimas já chegaram para fazer o reconhecimento e há informações de que tratavam-se de 10 adultos, a maioria ligada ao proprietário da aeronave, o empresário Roger Ian Wright, e quatro crianças. Entre elas um bebê de seis meses. >
O trabalho de reconhecimento dos corpos também foi facilitado porque um dos filhos de Wright foi quem fechou a porta do bi-motor e sabia exatamente o local onde estava cada uma das vítimas da tragédia. >
Entre as vítimas reconhecidas estão: Roger Ian Wright, que é sócio fundador da Arsenal Investimentos, sua esposa, Lucila Lins, a aeromoça, o piloto Jorge Lang Filho, co-piloto de prenome Nelson, uma amiga da família, dois filhos de Wright, três netos, a nora, filha do presidente da Light. >
A publicitária Heloísa Alqueres Vaz Wright, filha de José Luis Alqueres da Light, seu marido, o empresário Felipe Wright e o filho deles de seis meses, Francisco Alqueres Vaz Wright, também estavam entre as vítimas da tragédia. Há suspeita de que a babá do menino fosse mais uma das passageiras. Caixa-preta foi encontradaA caixa preta do avião foi encontrada e será periciada pelo DPT em Salvador. No momento estão envolvidos no trabalho 35 peritos, alguns deles voluntários, para tentar elucidar as causas do acidente. Ainda não há previsão de quando os corpos serão liberados, mas as perícias começarão ainda nesta noite (23).>
A delegada do Departamento de Perícia do Interior (Depin), Kátia Brasil, recebe os familiares para realizar a coleta de DNA que servirá para as análises. Fax e e-mails com arcadas dentárias também poderão ser utilizados para a identificação das vítimas.>
Outra tragédia aérea causou a morte da primeira mulher de WrightA primeira mulher de Wright, Barbara Cecilia Luchsinger Wright, também morreu no acidente da TAM de 1996, no qual morreram 99 pessoas, na zona sul de São Paulo. No mesmo acidente, o empresário perdeu ainda uma filha.>
O empresário chegou a atuar como conselheiro independente da TAM de 2003 a 2008, entre outras empresas e foi sócio e membro da Diretoria Executiva do Banco de Investimentos Garantia e do Conselho de Administração do Credit Suisse First Boston Garantia. Graduado em administrações de empresa pela Wharton School (University of Pennsylvania). >
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