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Carol Neves
Publicado em 5 de julho de 2025 às 07:43
Joneuma Silva Neres, ex-diretora do presídio de Eunápolis, teve um filho prematuro dentro do Conjunto Penal de Itabuna, no sul da Bahia, onde cumpre prisão preventiva desde 24 de janeiro. Detida grávida, acusada de facilitar a fuga de 16 presos em dezembro de 2024, ela deu à luz na cadeia, em um parto prematuro, segundo a TV Bahia. A filha permanece com ela.>
Em abril, Joneuma entrou com uma ação solicitando “alimentos gravídicos” contra o ex-deputado federal Uldurico Júnior (MDB), afirmando que mantiveram um relacionamento amoroso e que ele teria interrompido o apoio financeiro. Uldurico, que se casou em 2024 com a advogada Renata Rebouças, afirmou que jamais foi realizado nenhum teste de DNA com relação à paternidade da filha da ex-diretora. Ele nega que tenha participação nos crimes. "Eu não respondo a nenhuma acusação, apenas estive no presídio conversando com vários representantes de cada ala, para falar sobre direitos humanos, que sempre foi uma pauta minha como deputado federal”, disse. Um dos policiais penais ouvidos no processo contou que Uldurico costumava se comunicar, com certa frequência, com presos e lideres de facção, entre eles Dadá.>
O processo investiga também supostos vínculos de Joneuma com Ednaldo Pereira de Souza, o Dadá, líder da facção PCE, e acusações de venda de votos dentro da penitenciária. Denúncias apontam que Dada seria quem de fato mandava na penitenciária. Joneuma teria um caso com o traficante e intermediaria encontros com Uldurico Júnior, então candidato à prefeitura de Teixeira de Freitas, com quem também manteria relação. O político teria sido responsável pela indicação de Joneuma à direção do presídio.>
Além disso, a Justiça apura pagamentos de R$ 100 por voto de detentos e repasses estimados em R$ 1,5 milhão da facção à ex-diretora, acusações que sua defesa nega, apontando falta de provas bancárias. >
A prisão de Joneuma, feita em janeiro, ocorreu com base em elementos levantados pelo Ministério Público da Bahia, que investiga o esquema envolvendo gestão do presídio, organização criminosa e políticos com suposto acesso facilitado aos detentos. A ex-diretora ficou no comando do conjunto penal por cerca de nove meses.>