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Expectativa de vida dos baianos ao nascer é a 9ª mais baixa do país

Estado caiu no ranking pelo segundo ano consecutivo, segundo IBGE

  • Foto do(a) author(a) Gil Santos
  • Gil Santos

Publicado em 26 de novembro de 2022 às 05:15

. Crédito: Foto: Marina Silva/ Arquivo CORREIO

A expectativa de vida dos baianos aumentou, mas o resultado não é muito animador quando observado o contexto. Em média, os meninos e meninas que vieram ao mundo em 2021 vão viver 2 meses mais que aqueles que nasceram em 2020 e podem alcançar os 74 anos e seis meses de vida. Porém, eles vão viver 2 anos e meio a menos que a média nacional que é de 77 anos. A Bahia tem a 9ª expectativa de vida mais baixa do Brasil.

Segundo a pesquisa Tábuas Completas de Mortalidade de 2021, divulgada nessa sexta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os baianos caíram no ranking nacional pelo segundo ano consecutivo.

Entre 2014 e 2019, o estado manteve a 11ª posição, mas em 2020, ano da pandemia, foi ultrapassado pelo Tocantins (TO), caindo para o 10º lugar, e em 2021, foi a vez de a Paraíba (PB) passar na frente, empurrando os baianos para o 9º degrau. No documento, o IBGE diz que a pesquisa foi realizada com base no último Censo.  

“As Tábuas de Mortalidade são o resultado de uma projeção da mortalidade que tem como pontos de partida dados do Censo Demográfico 2010, informações sobre os registros de óbitos e o conhecimento acerca da transição demográfica e epidemiológica da população brasileira”, diz.

O órgão explicou que a pesquisa não incorpora os efeitos da pandemia e que um novo levantamento será feito após a publicação do Censo Demográfico 2022. O texto lembra também que os dados sobre expectativa de vida são usados como parâmetro do fator previdenciário, no cálculo das aposentadorias do Regime Geral de Previdência Social.

Gênero A pesquisa apontou que as mulheres baianas conseguem viver até 9 anos e três meses mais que os homens. Essa foi a segunda maior diferença de expectativas de vida entre gêneros do país, ficando atrás apenas de Alagoas, onde elas vivem, em média, 9,5 anos a mais que eles.

A médica geriatra e coordenadora do Centro de Geriatria das Obras Sociais Irmã Dulce, Manuela Magalhães, disse que isso não é por acaso.“No mundo todo nascem mais homens, mas são as mulheres que vivem mais. Elas, geralmente, procuram mais as unidades de saúde e se cuidam mais que eles. Além disso, apesar das mudanças nos últimos anos, os homens ainda desenvolvem mais atividades de risco para a saúde do que as mulheres”, explicou.A geriatra frisou que o envelhecimento acontece ao longo da vida e que uma velhice saudável é possível, mas depende das decisões tomadas desde o nascimento, como o aleitamento materno, alimentação saudável, prática de atividade física regular, não fumar, beber com moderação, tratar as doenças e dormir bem.

“As doenças mais comuns nessa fase da vida são as cardiovasculares, como hipertensão, infarto e AVC; neoplásicas, como próstata, mama e intestino; e respiratórias, que tem a ver com o hábito de fumar, além do diabetes. Mas o mais comum são as artroses e a hipertensão”, disse.

Ela acredita que o envelhecimento pode melhorar com a vacinação em massa contra doenças, adotando as medidas já citadas e mudando hábitos. “O Brasil conseguiu reduzir o tabagismo, mas ele está voltando com a moda dos cigarros eletrônicos. E o aumento da obesidade é outro ponto que preocupa”, disse.

Infraestrutura Há 20 anos, a expectativa de vida na Bahia era de 69 anos. Em 2011, era de 72 anos. E agora, alcançamos 74 anos. O arquiteto, urbanista e professor de planejamento urbano da Unifacs, Armando Branco, explicou que o aumento da longevidade exige a adequação dos espaços públicos e que a Organização das Nações Unidas (ONU) foi a primeira entidade a falar em adaptação das vias para a população idosa, na década de 1960.

“Os cursos de engenharia e arquitetura e as prefeituras e órgãos governamentais têm dado mais atenção para as questões de acessibilidade, e muito disso se deve a legislações mais modernas que oferecem um suporte muito bom nesse sentido. Um projeto que tenha uma encosta, por exemplo, dificilmente será aprovado se não tiver rampa e corrimão”, disse.

Mas o professor frisou que muitas cidades brasileiras foram construídas de forma desordenada, e que por falta de conhecimento ou de interesse não foram pensadas alternativas de acessibilidade para os idosos, o que exige uma readequação desses espaços.

“Os novos projetos de vias e de edificações estão atentos, mas é necessário fazer adequações no que já existe, como o rebaixamento de meio-fio, a instalação de rampas, a redução da velocidade de veículos em alguns pontos e a melhor distribuição dos espaços livres e das praças, que são locais de socialização”, afirmou o urbanista.

O professor explicou que essas transformações vêm ocorrendo em muitos municípios, mas que o desafio é alcançar a periferia. A cozinheira Rita Santos, 68 anos, mora em no Subúrbio Ferroviário de Salvador e, para chegar e sair de casa, precisa subir duas ladeiras.

“O ponto de ônibus fica na parte de baixo do bairro, não tenho outra alternativa. Quando chove é pior, porque a ladeira fica escorregadia e tenho medo de cair de novo, já me machuquei uma vez. Talvez se tivesse um corrimão fosse mais fácil, mas também não sei se seria possível, porque o local não tem espaço adequado para isso”, contou.

Confira a tabela com a expectativa de vida dos baianos nos últimos dez anos:2011 – 72,2 anos 2012 – 72,4 anos 2013 – 72,7 anos 2014 – 72,9 anos 2015 – 73,2 anos 2016 – 73,4 anos 2017 – 73,7 anos 2018 – 73,9 anos 2019 – 74,1 anos 2020 – 74,4 anos 2021 – 74,6 anos Veja os estados com as maiores expectativas de vida do país:Santa Catarina (80,5 anos) Espírito Santo (79,6 anos) São Paulo (79,3 anos) Distrito Federal (79,3 anos) Rio Grande do Sul (79 anos) Paraná (78,5 anos) Minas Gerais (78,4 anos) Rio de Janeiro (77,6 anos) Rio Grande do Norte (76,8 anos) Mato Grosso do Sul (76,8 anos) Veja quais os estados com as menores expectativas de vida do Brasil:Piauí (71,9 anos) Maranhão (71,9 anos) Rondônia (72,3 anos) Roraima (73 anos) Pará (73 anos) Amazonas (73 anos) Alagoas (73,3 anos) Sergipe (73,9 anos) Bahia (74,6 anos) Paraíba (74,6 anos) Fonte: IBGE