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Ginastas baianas enfrentam dificuldades para treinar antes de competição importante

A três semanas do Campeonato Brasileiro, atletas da ginástica rítmica intensificam treinos como podem: 'A gente luta para dar nosso melhor'

  • D
  • Da Redação

Publicado em 25 de julho de 2022 às 06:00

 - Atualizado há 2 anos

. Crédito: Foto: Arisson Marinho/CORREIO
Keila Santos, 14 anos, também vai disputar título brasileiro em São Paulo por Foto: Arisson Marinho/CORREIO

Quando uma ginasta rítmica cruza o tablado com o arco nas mãos e encanta o público com sua apresentação, é difícil imaginar o tamanho dos desafios que a atleta enfrenta para chegar aos palcos, diante da falta de investimentos no esporte praticado na Bahia.

Mesmo sendo uma atleta de alta performance e tendo no currículo cinco títulos baianos, dois títulos internacionais e o segundo lugar no campeonato brasileiro, Amanda Reis, 17 anos, está a 21 dias de competir no Campeonato Brasileiro Loterias Caixa de Ginástica Rítmica, que acontecerá entre os dias 14 e 21 de agosto, em São Paulo, e está sem local para seguir com os treinos: o local que usava era alugado e precisou ser devolvido.

De acordo com a sua treinadora, Bianca Maia, 28, falta visibilidade e investimentos - especialmente o privado - para garantir mais locais de treinamento.

Antes de ser treinadora, ela saiu do Amazonas para fazer parte da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica e diz perceber a necessidade de um esforço maior das atletas baianas para driblar a falta de espaços adequados que garantam uma boa preparação para os campeonatos maiores. “Essas pequenas coisas demandam uma energia maior e um nível de dedicação acima”, conta Bianca.

Sua pupila, Amanda, tem a receita para que esses obstáculos sejam reduzidos: “Deveriam ter mais competições no nosso estado para a gente ir se preparando para os campeonatos, e locais com tablados para nos acostumarmos com o solo, porque tem muita gente boa aqui”.

Enquanto esse cenário não se concretiza, a treinadora descreve o desfecho da coisa, mesmo diante das dificuldades. “No final, não apenas ela, mas muitas outras atletas sempre conseguem compensar pela garra que depositam nos treinos, e é no Campeonato Brasileiro que todos vão ter a prova”, antecipa Bianca.

É por também ver essa garra que a presidente da Federação Bahiana de Ginástica (FBG), Evelin Lôbo, compartilha do mesmo sentimento que a treinadora. A expectativa da FBG é que ao menos quatro clubes baianos, com 12 ginastas, participem do torneio nacional, que ocorrerá em São Paulo.

Ainda segundo a presidente, enquanto algumas delas vão levar o talento baiano para o país, Lauro de Freitas sediará a categoria artística da competição nacional, entre os dias 9 e 12 de agosto, evento que contará com a presença de atletas consagrados como Rebeca Silva e Artur Zanetti.

Rotina puxada Já na competição em São Paulo, os baianos serão representados por Amanda e pela soteropolitana Keila Santos, 14. A ginasta é vice-campeã do Campeonato Pan-Americano de Ginástica, e campeã sul-americana, mas sua próxima meta é colocar o título brasileiro na estante.  Júlia Ramos, 14, foi convocada para o Pan-Americano de Ginástica, como reserva (Foto: Arisson Marinho/CORREIO) Segundo ela, a preparação começou mais cedo, porque os desafios para isso não são poucos. “Como estamos em período de competição, eu treino de segunda a sábado, sete horas por dia. A maior diferença é que agora eu estou sempre no foco do meu objetivo, treinando bastante, tomando cuidado com a alimentação e tentando evitar ao máximo uma lesão. Estou me preparando para trazer o título e espero muito conseguir”, conta Keila. 

Outra rotina puxada é a da ginasta Júlia Ramos, 14, que também foi convocada para o Pan-Americano de Ginástica. Ela foi como reserva e, por isso, não chegou a competir, mas espera garantir uma boa performance no campeonato brasileiro. Para isso, já está com o treinamento reforçado.

“Eu treino de segunda a sábado, nove horas por dia, mas quando tem um campeonato se aproximando a gente precisa intensificar e dar mais atenção aos aparelhos que serão usados. Além disso, tem a escolha da música. Eu costumo dizer que não existe competição grande ou pequena, a gente luta para dar o melhor em todas, e eu espero que consiga fazer isso mais uma vez”, conta a atleta.

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De acordo com Júlia, além dos treinos, as competições são outro elemento importante na preparação para os grandes torneios. O 1° Circuito Baiano de Ginástica foi o último que participou antes do brasileiro. Promovido pela FBG, o evento se destaca como um abre alas para o nacional. “Esse campeonato é a porta para que elas possam galgar a Seleção Brasileira e o Campeonato Brasileiro. É o que dá o ranqueamento para que elas possam avançar”, explica a presidente da FBG, Evelin Lôbo.

Ainda de acordo com ela, esse é um esporte de alta performance, mas que pode ser praticado por aqueles que desejam se divertir, tanto quanto por quem almeja alcançar um alto nível. No primeiro caso, a idade é ilimitada; já para o segundo grupo, o ideal é que se comece o mais cedo possível.

Para isso, a FBG disponibiliza aulas gratuitas na Casa de Ginástica da Bahia (Cagiba), localizada no Centro de Treinamento de Base e Alto Rendimento, em Lauro de Freitas.

Posicionamentos A reportagem entrou em contato com a Superintendência dos Desportos do Estado (Sudesb), órgão da Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre) que fomenta o esporte na Bahia, para esclarecer as queixas sobre a alegada falta de apoio ao esporte. 

Em nota, Setre-Sudesb informou que tem feito investimentos significativos na modalidade ginástica rítmica, tendo o reconhecimento público da FBG. A pasta cita a compra de passagens nacionais e internacionais para que os ginastas participem de competições dentro e fora do Brasil, além dos esforços para a implantação da Casa de Ginástica da Bahia (Cagiba), que está em atividade desde o início do ano e contou com investimento do Estado de R$ 328 mil.

Além disso, destaca que oito atletas da ginástica baiana são beneficiadas pelo programa Bolsa Esporte e, neste momento, duas parcerias importantes à modalidade estão em execução pelo Governo do Estado: o Circuito Baiano de Ginástica - edição 2022, que teve início na sexta-feira (22), e segue até dezembro, com cinco etapas e investimento estadual de R$ 148 mil, e o Campeonato Brasileiro Bahia Caixa, que começa no próximo dia 9, na Arena de Esportes da Bahia (antigo Centro Pan-Americano de Judô), em Lauro de Freitas, com investimento de R$ 374 mil. 

Já a Federação Bahiana de Ginástica (FBG) confirmou o “apoio incondicional do governo estadual, através da Sudesb, sendo o único patrocinador do Circuito Baiano de Ginástica”.

Também em nota, citou os mesmos apoios citados pela Setre-Sudesb, além do fomento à iniciação esportiva que contempla 200 crianças e adolescentes, que atende ainda a atletas de alto rendimento da modalidade. 

“Os projetos disponibilizados para captação de recurso junto à Sudesb são divulgados para que os atletas apresentem a documentação necessária, além de ofertar uma equipe técnica para orientação e suporte nos trâmites do Bolsa Atleta e Bolsa Esporte. A FBG salienta a importância do investimento da iniciativa privada no apoio aos atletas baianos e no fomento ao esporte”, completa a nota da FBG.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro.